A AB InBev patrocinará a Copa do Mundo feminina de 2023 em um aceno a um dos campos de crescimento mais rápido do futebol, e estenderá seu acordo com o torneio masculino, meses depois que as vendas de cerveja na Copa do Mundo no Catar foram restritas. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 8, pela entidade.
O acordo anunciado na quinta-feira fará com que a AB InBev continue seu patrocínio global com a FIFA até a Copa do Mundo masculina de 2026, que será sediada conjuntamente por EUA, Canadá e México, confirmando o patrocínio também para o mundial de 2023, que acontece a partir de 20 de julho na Austrália e Nova Zelândia.
O acordo ocorre depois que a AB InBev teve de lidar com uma proibição de última hora do álcool nos estádios da Copa do Mundo no Catar em novembro, deixando a cervejaria com milhões de dólares em cerveja que não poderia vender no local. A estimativa é que o acordo no Catar custou à empresa — fusão entre a brasileira Ambev e a belga Interbrew — 75 milhões de dólares, valor da cota de patrocínio. O valor do acordo para as edições de 2023 e 2026 dos mundiais não foi divulgado e nem qual será a marca de cervejas comercializada nos estádios. Em 2014, no Brasil, Brahma e Budweiser encheram os copos dos torcedores, enquanto na Rússia, a Bud foi a cerveja escolhida.
O patrocínio da Copa do Mundo acrescenta lucro bilionário para a empresa. No segundo trimestre de 2018, período em que ocorreu o Mundial masculino na Rússia, a empresa teve um lucro de 2,160 bilhões de dólares, 15,5% superior ao mesmo período do ano anterior. A quantidade de cerveja vendida entre abril e junho cresceu 0,9% no trimestre. “Graças a uma notável organização na Rússia, vendemos mais cerveja nos estádios do que durante o Mundial da Fifa do Brasil 2014”, disse o grupo à época.
O patrocínio anunciado para a Copa do Mundo feminina é sinal da crescente popularidade do futebol entre as mulheres. A final da Copa do Mundo de 2019, disputada na França, foi transmitida ao vivo para 260 milhões de pessoas, segundo a organização. O presidente da FIFA, Gianni Infantino, tem pressionado por maior equidade para o futebol feminino e disse que deseja que haja premiação igual em dinheiro para os torneios masculino e feminino de 2026 e 2027. Isso deve ser acompanhado por um maior compromisso financeiro com o futebol feminino, de emissoras e patrocinadores que oferecem uma fração do que pagam pelos direitos do torneio masculino, disse ele.