O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, segue avançando no seu calendário de um novo arcabouço fiscal. Nesta terça-feira, 14, ele se reuniu com o vice-presidente Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, para apresentar a proposta que substituirá o teto de gastos. Questionado sobre a reação de Alckmin ao tomar conhecimento do texto, Haddad disse que foi boa. “Ele sorriu”, afirmou o titular da Fazenda.
Durante a transição, o vice-presidente defendeu a revisão do teto. “Acho que o ideal era fazer uma combinação entre o teto, aí se define qual é a melhor fórmula, com a evolução da curva da dívida e o resultado primário. Você faz uma composição”, disse em novembro.
Haddad corre para tentar apresentar o novo arcabouço o quanto antes e agora aguarda uma agenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Casa Civil, Rui Costa. A ideia é apresentar a proposta ao Congresso Nacional antes da entrega da Lei de Diretrizes Orçamentárias por parte do Ministério do Planejamento. Nas últimas semanas, Haddad também disse que pretendia tornar a proposta pública antes da reunião do Comitê de Política Monetária, Copom, marcada para o próximo dia 22.
“O cronograma está em dia. Já apresentamos para a área econômica, inclusive o vice-presidente. O presidente Lula pediu para o Rui Costa marcar (uma reunião). Deve ser essa semana ainda, vamos fazer antes da viagem para a China”, afirmou, após a reunião ministerial no Palácio do Planalto. Apesar de detalhar passo a passo a agenda do projeto, Haddad evita dar detalhes sobre como será a proposta. Na segunda-feira, ele disse que a proposta “Vai vazar uma hora, mas vai vazar do jeito certo”. “A cautela foi só não privilegiar ninguém, e todo mundo ficar sabendo conjuntamente de qual é a decisão do presidente Lula”, afirmou.