Os consumidores estão cada mais dispostos a tomar crédito – seja na forma de empréstimo, financiamento imobiliário ou com por meio do cartão de crédito. Atualmente, 41 milhões de brasileiros estão dispostos a contrair algum tipo de empréstimo, segundo estudo divulgado pelo SerasaConsumidor com exclusividade a VEJA.
“O crédito no Brasil teve um boom entre 2012 e 2014, quando as pessoas estavam mais abertas a tomá-lo. Mas, com a crise, as pessoas ficaram inadimplentes e sofreram com o superendividamento”, afirmou a gerente do SerasaConsumidor, Carolina Aragão. “Depois da oferta e demanda grande de crédito, os brasileiros, que não sabiam lidar com o dinheiro de forma consciente por falta de educação financeira, não conseguiram arcar com as dívidas nem buscar mais crédito”.
A disposição de se endividar está diretamente ligada à confiança do consumidor na economia. Apesar do desemprego elevado, os juros baixos e a inflação sob controle acabam influenciando na decisão de tomar empréstimo.
O total de pessoas interessadas em fazer algum tipo de empréstimo ainda é menor que antes da crise, quando o total era de 61 milhões de brasileiros. “Nos últimos meses, temos observado uma melhoria dos juros e estabilidade do desemprego, o que torna cada vez mais pessoas propensas a buscar o crédito”, diz Carolina.
Parte destes consumidores estão negativados (27,5%). Entre eles, 79% faz uso do cartão de crédito – totalizando 34,9 milhões de brasileiros.
Os consumidores que mais buscam crédito são os moradores da região Sudeste – São Paulo (28,3%), Rio de Janeiro (12,8%) e Minas Gerais (6,9%). Seguido pelos estados da Bahia (5,4%) e Rio Grande do Sul (4,6%).
O estudo do Serasa também identificou que as pessoas mais propensas a tomar crédito são as com mais de 48 anos e pontuação baixa no SerasaScore, serviço que monitora a capacidade do consumidor em arcar com suas dívidas – quanto maior o score (que vai até a pontuação 1.000), maior é o controle sob as finanças.
Entre os que buscam crédito pelo serviço do Serasa eCred, buscador online que compara as ofertas, 50% dos consumidores têm idade entre 24 a 35 anos. Mas, eles também têm pontuação baixa (83%) e são residentes de São Paulo (51,6%).
A plataforma online de empréstimos gerou mais de 10 milhões de reais em empréstimos aprovados, e cresceu 208% em quatro meses. “Os mais jovens estão migrando para o online, onde disponibilizamos ferramentas para que ele tome a melhor decisão e saiba se pode arcar com as condições [de empréstimo do crédito]”, disse Carolina.