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37 escolas particulares pararam em SP com protesto de professores

Categoria é contra proposta de aumento salarial maior para restringir alguns benefícios, como o recesso de fim de ano

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 24 Maio 2018, 08h44 - Publicado em 24 Maio 2018, 08h37
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  • No Colégio Santa Cruz, em Alto de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, a sirene que anuncia o início e término das aulas tocou normalmente nesta quarta-feira (23). Mas às 7h15 o que se via no pátio não eram estudantes, mas funcionários que varriam a escola. Em outras 36 instituições da capital, o cenário era parecido. E pode se repetir na terça-feira (29). O que preocupa e divide pais.

    Professores da rede particular de ensino de São Paulo fizeram uma paralisação nesta quarta e já marcaram novo ato para a próxima semana. A categoria reivindica a manutenção de uma série de benefícios, enquanto o sindicato dos colégios propõe aumento salarial maior para restringir alguns pontos, como o recesso de fim de ano. O impasse continua.

    O Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro) afirma que 3 mil professores pararam total ou parcialmente. Nesta quarta, nova assembleia reuniu cerca de mil docentes de 113 colégios. À noite, um ato público, contando ainda pais e alunos, chegou a ocupar dois quarteirões em um dos sentidos da Avenida Paulista, na região central.

    Pais e filhos

    O apoio de alunos já era visível desde o início da manhã. Na zona oeste, 30 estudantes protestavam diante do Colégio Oswald de Andrade em apoio aos professores. Com faixas que pediam “respeito” aos docentes, em meio a batucadas em tambores e gritos, o ato foi organizado pelo grêmio estudantil.

    Uma das integrantes, a aluna do 2° ano do ensino médio Marina Perpétuo, de 15 anos, disse que o protesto era principalmente contra a postura do Oswald de Andrade, que decidiu não fechar a escola e não apoiar a paralisação. “Ouvimos que era muito pouco para muito barulho.”

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    Cerca de 60 alunos de outras três escolas (Santa Cruz, São Domingos e Equipe) protestaram às 8h30 na frente do Colégio Dante Alighieri, que manteve as aulas normalmente. Grupos ainda fizeram atos menores no Móbile, Bandeirantes, Albert Einstein, Rainha da Paz, São Luís e Objetivo (Paulista).

    A manutenção da paralisação divide pais. O economista Fernando Camargo, de 47 anos, pai de um aluno do Alecrim e outro do Equipe, disse apoiar a nova data de paralisação. “Nessas duas escolas, os direitos já foram assegurados pela direção, mas agora nós, pais e professores, temos de lutar para garantir que o restante da categoria também os tenha.” Ele diz que os pais estão se mobilizando para que esses dois colégios se posicionem e cobre do sindicato patronal a retirada da proposta.

    Já o engenheiro Robson Previatti, de 34 anos, diz ser contrário à forma como os professores estão se manifestando. Ele é pai de um aluno da escola Rícaro, em Pirituba, na zona norte, que não parou nesta quarta. “Se decidirem parar na próxima semana, eu vou cobrar da escola o ressarcimento pelo dia de aula perdido. Não acho justo que os prejudicados sejam os pais.”

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    Sindicato

    “Acredito que nós tínhamos força para uma paralisação maior, mas entendo que as escolas pressionam e deixam os professores receosos. Acho que a nossa manifestação de hoje (quarta) foi importante para mostrar a nossa força”, diz o diretor do Sinpro Luiz Barbagli.

    Segundo ele, o ato desta quarta foi importante para pressionar mesmo escolas que não vão rever benefícios a se posicionarem formalmente contrárias à proposta do sindical patronal. “Se elas de fato defendem a atual convenção, então que façam a sua parte.”

    Benjamin Ribeiro, presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (Sieesp), disse que a decisão dos professores de fazer nova paralisação na terça-feira não altera a posição do sindicato. “Espero que tenham o mesmo êxito de hoje: não paralisaram nada, só algumas escolas de elite”, disse.

    “Queremos reduzir uma semana do recesso escolar e oferecemos aumento real (de 3%) em troca disso.” O presidente ainda espera que a questão seja resolvida no Tribunal Regional do Trabalho — até agora, duas conciliações na Corte não tiveram avanço.

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