União da Ilha faz bonito com skatista voador e bateria afinada e colorida
Escola fez um voo baixo, mas tranquilo - deve conseguir o direito de ficar no Grupo Especial
A União da Ilha fez bonito no céu – com a performance do skatista aéreo Alexandru Duru – e na terra, graças, principalmente à sua bateria nesta segunda noite de desfiles do Grupo Especial no Carnaval do Rio de Janeiro.
Voar não é novidade no sambódromo. Em 2001, a Grande Rio trouxe um astronauta que usou um equipamento inventado pela Nasa (a agência espacial americana) – rocket belt, ou cinto-foguete – para fazer piruetas no desfile. Não tinha nada a ver com o enredo, mas foi divertido.
Desta vez, o voo entrou na conta de milagres do Padre Cícero – o Ceará de José de Alencar e Rachel de Queiroz era o tema da escola. Uma certa forçada, mas também funcionou. Em 2017, um voo de boneco caracterizado de Aladin ajudou a Mocidade a levar o título, dividido com a Portela.
O equipamento, chamado de hoverboard, alçou Duru a 12 metros de altura na frente da escola e encantou o público. A escola cantou um encontro poético entre dois nomes fundamentais da literatura do Ceará, Rachel de Queiroz e José de Alencar.
“Foi a melhor experiência da minha vida, me apresentar na frente de milhares de pessoas”, disse Duru. “Já tinha me apresentado em um desfile do Boi Caprichoso, em Parintins, essa é a segunda vez que venho ao Brasil. Esse equipamento é uma espécie de drone e é necessário tomar cuidado ao voar algo assim. Foi incrível”, afirmou, emocionado, logo após pousar na dispersão da União da Ilha.
No chão, valeu o colorido da bateria, aplaudida ao misturar samba com ritmos nordestinos. As fantasias estavam bonitas, ajudaram a contar um enredo que, no fundo, era sobre o Ceará: os escritores foram apenas pretexto.
A Ilha fez um voo baixo, mas tranquilo. Deve conseguir o direito de ficar no Grupo Especial.