Postagens do youtuber Júlio Cocielo aparecem indisponíveis no Twitter, após o influenciador receber acusações de racismo por causa de um comentário sobre o jogador da seleção francesa Kylian Mbappé no sábado. Neste domingo, a conta oficial de Cocielo indica que há mais de 32.400 tuítes postados. No entanto, apenas o último deles — uma retratação publicada há um dia — pode ser vista.
De acordo com o site americano de análise de dados Social Blade, Júlio Cocielo tinha mais de 82.700 tuítes na rede social até a última sexta-feira. O número caiu para menos de 65.000 ao final do sábado. É possível que o youtuber tenha apagado todas as publicações — a contagem total de postagens demora a atualizar quando vários tuítes são excluídos de uma vez — ou que a página esteja enfrentando algum problema técnico. VEJA entrou em contato com a assessoria de Cocielo, mas não obteve resposta até a publicação desta nota.
Durante o jogo da França contra a Argentina, o youtuber afirmou na rede social que Mbappé “conseguiria fazer uns arrastão top na praia”. Cocielo, então, passou a ser acusado de racismo por causa da mensagem e por publicações antigas que foram encontradas em sua conta por internautas, como: “O Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”, de 2013.
Entre 2011 e 2014, Cocielo também fez inúmeros comentários ofensivos contra africanos, chegando também a tratar o continente como se fosse um país. “‘Cara feia pra mim é fome’. África, o país mais feio do mundo”, “Na África só existem seis pecados capitais porque cometer o pecado da gula é impossível” e “Não comi nada hoje, me sinto um africano” foram algumas das publicações.
Na tarde de sábado, o youtuber postou um texto pedindo desculpas. “O tuíte foi interpretado de mil formas diferentes e gerou uma grande discussão. decidi deletar, pois nunca fui de entrar em polêmicas, mas já era tarde demais, tinha tomado uma proporção enorme… pegaram alguns comentários antigos, de uns oito anos atrás, que eu já havia feito aqui no Twitter, tenho até vergonha”, afirmou. “Vivendo e aprendendo! Não vou entrar em nenhuma discussão, assumo meu erro! Desculpa!”
(Com Estadão Conteúdo)