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Teatro ganha força com artistas independentes em Porto Alegre

Grupos, espaços e cursos movimentam o cenário cultural da capital gaúcha

Por Abril Branded Content
Atualizado em 4 jun 2024, 17h04 - Publicado em 18 dez 2017, 19h07
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  • A capital gaúcha é palco de um dos mais importantes festivais de teatro do Brasil, o Porto Alegre em Cena, cuja programação tem produções consagradas nacionais e internacionais. Abriga também companhias de renome, como a Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz.

    Mas a vida teatral porto-alegrense pulsa cada vez mais graças à ação dos jovens, em geral egressos do curso de Arte Dramática do Instituto de Artes da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Eles formam grupos, viabilizam espaços, escrevem textos, dirigem montagens, superam dificuldades, ganham prêmios.

    O #hellocidades, projeto de Motorola que incentiva novas experiências em cidades brasileiras, conversou com alguns desses artistas independentes que fazem o teatro acontecer na cidade e convida o público a acompanhar essa trama.

    Um dos personagens é Patrícia Silveira. Há alguns meses, ela conseguiu concretizar o objetivo de ter sua própria sala teatral. Em setembro de 2017, Patrícia e Joice Rossato, ambas formadas pela Departamento de Arte Dramática da UFRGS, inauguraram o Teatro Cena de Garagem (Rua Fernando Machado, 480). Ali, tem sempre alguma coisa acontecendo: oficinas, saraus, encontros, palestras e apresentações – a programação está disponível na página no Facebook.

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    Patrícia Silveira (à dir.) e Joice Rossato: jovens agitam cena teatral gaúcha (Amanda Gatti/Divulgação)
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    De acordo com Patrícia, possuir um espaço próprio ajuda, principalmente, na continuidade do teatro de grupo. “Aprendi que a atividade teatral é um trabalho de pesquisa profunda, o que exige tempo de dedicação e mergulho na arte que se busca”, conta a dramaturga e diretora, que já recebeu premiações locais e nacionais, como o Prêmio Funarte de Dramaturgia.

    Ela cita cita o Ói Nóis Aqui Traveiz e o grupo Usina do Trabalho do Ator (UTA) como duas de suas referências. Para ela, a formação de coletivos de companhias teatrais que se juntam a esses já estabelecidos é uma das qualidades da cena local: “Essa característica, acredito, dá força para os trabalhos não desaparecerem nos primeiros obstáculos”, avalia.

    Técnica apurada e ousadia estética

    O dramaturgo Diones Camargo chama a atenção para a técnica apurada e a ousadia estética de espetáculos locais, mesmo num contexto de crise econômica. Para ele, isso se deve à mobilização dos artistas: “Os profissionais de teatro estão se organizando e encontrando meios de levar suas produções à cena, muitas vezes, contando apenas com o apoio de espaços alternativos”, revela.

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    Diones participa de um desse projetos de resistência. Vencedor do Prêmio Açorianos, o principal do Rio Grande do Sul, e do Prêmio Funarte de Dramaturgia, ele agora coordena o primeiro coletivo de dramaturgia da cidade. “Somos dez autores teatrais que se reúnem todo mês e pesquisam fronteiras entre as linguagens escrita, visual, presencial e sonora”, conta ele, que promete para os próximos meses a primeira performance do grupo aberta ao público.

    O dramaturgo também destaca o papel do Departamento de Arte Dramática da UFRGS, onde ele se graduou. E recomenda a mostra anual gratuita de Teatro Pesquisa, que apresenta a produção dos alunos e, muitas vezes, surpreende pela qualidade das montagens, assim como a Casa de Teatro de POA (Rua Garibaldi, 853) e a LA PhOTO Galeria e Espaço Cultural (Travessa da Paz, 44).

    O público e o momento em que vivemos

    Vitória Fonseca sempre teve uma queda pelas artes dramáticas. Mas na hora de escolher a faculdade preferiu a de escrita criativa, na PUCRS, pois estava mais interessadas em escrever do que dirigir ou atuar. Durante o curso, porém, ela percebeu que não poderia escrever para teatro sem ter contato direto com os atores. Procurou um curso de direção com Caco Coelho, um nome estabelecido na cena porto-alegrense. Daí, resultou um convite para trabalhar de dramaturgista na montagem de Valsa #6, de Nelson Rodrigues.

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    “Um dramaturgista”, explica Vitória, “tem a função de intermediar tudo que envolve a peça: o contato com o texto, com o diretor, com os atores e toda a equipe.” Após ter participado da encenação de um autor canônico, ela vê a necessidade de montar autores locais e contemporâneos: “Isso possibilita abordar questões que conversam mais com o público e com o momento que vivemos”, diz Vitória, cuja carreira é uma prova de que a efervescência do teatro na cidade também influencia nas decisões de quem está começando a se interessar pelas artes cênicas.

    Curte teatro? Já pensou em escrever, dirigir, atuar ou participar de uma peça de alguma outra maneira? Ou seu papel é mesmo ficar na plateia? Registre sua próxima ida ao teatro nas redes sociais e não se esqueça de incluir a hashtag #hellocidades e acessar o hub hellomoto.com.br para se reconectar com Porto Alegre.

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