Enquanto na mais recente pesquisa eleitoral para a presidência da República, divulgada nesta terça-feira, 15, pelo Ipec, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva bate todos os adversários, inclusive Sergio Moro (são 48% das intenções de voto do petista contra 6% do ex-juiz), no mercado editorial a disputa é bem diferente. Segundo um levantamento exclusivo, feito a pedido de VEJA pela Yandeh , consultoria especializada em mercado editorial e responsável pela lista dos Livros Mais Vendidos de VEJA, o livro de Moro, Contra o Sistema da Corrupção, lançado no início do mês, vendeu 917 unidades a mais nas primeiras semanas de vendas que a biografia Lula – Vol. 1, escrita por Fernando Morais, lançada em 16 de novembro.
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No levantamento, Moro vence Lula em dois cenários. Quando comparado o desempenho de cada um na primeira semana após ser lançado, Moro vendeu 5 674 unidades, enquanto o livro de Lula atingiu 3 978. Lançado depois, em 2 de dezembro, o livro do ex-juiz também levou vantagem no embate direto nas duas semanas em que bateram de frente nas livrarias: enquanto a biografia de Lula vendeu 8 910 cópias, a de Moro alcançou vendas de 9 827 no mesmo período.
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No acumulado das vendas absolutas, no entanto, a biografia de Lula tem mais unidades comercializados porque foi lançada duas semanas antes: são 15 756 vendidas até agora, contra 9 827 de Moro.
Embora o livro de Lula custe mais caro, 74,90 reais (contra 49,90 do volume de Moro), ele tem sido oferecido com descontos maiores em relação ao preço de capa: Lula, com 14% de desconto médio, e Moro, 4,20%. “Os dois livros saem em igualdade de condições, lançados e editados por duas editoras com grande força no varejo, e isso ajuda muito a distribuição e a presença nas melhores livrarias. Contudo, ao comparar as duas primeiras semanas de lançamento de cada um, o Moro leva vantagem”, explicou Eduardo Cunha, diretor da divisão de livros da Yandeh.
Uma curiosidade que não consta do estudo da Yandeh, mas foi apurada por VEJA junto ao mercado livreiro, é que Moro sai em vantagem mesmo contando com menos vitrines de exposição. Explica-se: o livro do aspirante à presidência pelo Podemos não está à venda em diversas redes médias de livrarias que atendem a um público jovem e mais à esquerda, especialmente em bairros de classe média alta como o Leblon, no Rio, e a Vila Madalena, em São Paulo. A polarização, pelo visto, já chegou às estantes de livros.
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