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Scarlett Johansson defende ex-mulher de Harvey Weinstein

'Acho desumano responsabilizar alguém pelos atos do parceiro', criticou a atriz, que também canta e está lançando o disco 'Apart'

Por agência France-Presse
4 jun 2018, 16h31
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  • “Realmente, não há onde se esconder.” É assim que Scarlett Johansson, heroína da saga Os Vingadores, reflete sobre a sua música, a revolução do Time’s Up e a queda do produtor Harvey Weinstein, em entrevista para promover seu novo álbum, Apart. “É bastante surpreendente ver o resultado de tudo isso. É tudo muito novo.”

    Aos 33 anos, Scarlett já conta mais de duas décadas na indústria do cinema. Comenta-se que exige receber o mesmo que os colegas homens. Foi modelo, defende a ONG de planejamento familiar Planned Parenthood e foi uma das oradoras da famosa Marcha das Mulheres de janeiro de 2017.

    Também é mãe, e, quando não está trabalhando com cinema ou cuidando da cria, canta sobre os efeitos de uma relação fracassada em sua mais recente colaboração com o cantor e compositor Pete Yorn, quase 10 anos depois de sua primeira parceria, para o álbum Break Up, inspirado nos duetos de Serge Gainsbourg e Brigitte Bardot.

    Scarlett não se somou à lista de atores que se distanciaram de Woody Allen devido à acusação não comprovada de que teria molestado a filha adotiva Dylan, quando ela era criança, há 25 anos. A atriz foi aclamada pelos papéis em filmes de Allen entre 2005 e 2009.

    Embora isto tenha feito dela alvo de críticas, neste mês Scarlett Johansson saiu em público em defesa da ex-mulher de Harvey Weinstein, Georgina Chapman, uma desenhista famosa que, segundo muitos, ficou arruinada ao saber dos crimes sexuais do agora ex-marido. “Acho desumano responsabilizar alguém pelos atos do parceiro”, criticou Scarlett. “Isso me parece extremamente, profundamente errado.”

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    Derrocada impressionante

    “Foi realmente impressionante”, disse a atriz ao citar a queda em desgraça de Weinstein, acusado de estupro e abuso sexual, na revolução que deu origem ao #MeToo e à criação do movimento Time’s Up. “Estou há muito tempo na indústria cinematográfica, acho que estes debates são realmente muito importantes e revolucionários.”

    Nascida e criada em Nova York, Scarlett é uma dessas estrelas que parece ser boa em tudo. Uma atriz que teve interpretações aclamadas desde nova e cuja glória chegou com o papel de protagonista no despretensioso Encontros e Desencontros (2003), de Sofia Coppola.

    Scarlett atuou na Broadway e agora vale ouro nas bilheterias, atraindo multidões para alguns dos maiores sucessos de Hollywood, como Homem de Ferro 2 e a saga Os Vingadores.

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    Portas abertas

    Para aqueles que acham que o progresso não chega suficientemente rápido, recomendou paciência. “É um processo longo, e deve-se focar na recompensa, ser paciente, progressivo, persistente e continuar avançando”, aconselhou. “Acredito que existam agora na indústria do cinema conversas sobre projetos e a importância da diversidade. Há dez anos, ninguém falava sobre isso”, assinalou.

    “De vez em quando, você ouvia alguém dizer ‘Oh, deveríamos trazer uma voz feminina para este projeto’, e você se perguntava ‘O que diabos isso quer dizer?’ Esta era, talvez, a ideia de alguém de trazer uma mulher para a sala de roteiristas, ou o que fosse. Mas, agora, as portas estão escancaradas”, opinou.

    Yorn concorda. “É louco tudo o que aconteceu”, disse. “Tenho uma filha pequena, de 2 anos, e penso que ela felizmente crescerá em um mundo onde as coisas estão um pouquinho melhor, um pouquinho menos sórdidas.”

    O novo EP contém cinco músicas de estilo mais folk e indie-rock, que falam sobre os efeitos de uma relação amorosa fracassada. Foi gravado no centro de Los Angeles, e Scarlett colocou a voz durante uma única tarde, abrindo espaço em sua agenda apertada.

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