A atriz mexicana Salma Hayek reivindicou dos atores de Hollywood, neste domingo, que aceitem diminuir seus salários em prol da igualdade na profissão. A declaração foi dada durante o Festival de Cannes. “Os produtores não são os únicos que devem agir para acabar com a diferença salarial. Os atores também”, disse a atriz e produtora. “É hora de serem generosos com as atrizes.”
No sábado, ao lado da presidente do júri deste ano, Cate Blachett, de várias outras atrizes e produtoras, Salma participou de um protesto histórico pelo fim da discriminação no tapete vermelho do evento. Ao todo, participaram 82 mulheres da indústria do cinema.
“Se o orçamento de um filme é de 10 milhões de dólares, a estrela masculina da produção deve entender que, se pede 9,7 milhões de dólares de cachê, será difícil se obter a igualdade salarial”, afirmou.
Em seu primeiro festival após o escândalo em torno do produtor Harvey Weinstein, Salma Hayek, que acusa o americano de assédio sexual durante as gravações do filme Frida, voltou a abordar o assunto.
Weinstein teria pedido em diversas ocasiões para tomar banho com a atriz, deixá-lo ter um contato sexual e se despir na frente dela junto com outra mulher. O produtor nega as acusações. Para a mexicana, trata-se de uma “estratégia de advogados” para desacreditar “mulheres ‘de cor’ que o acusam”, como a atriz Lupita Nyong’o (Pantera Negra e 12 Anos de Escravidão).
“Felizmente, somos em número suficiente. Se não, ninguém acreditaria em nós”, declarou a atriz.