Uma executiva entrou com um processo contra o estúdio Gaumont Television dizendo não ter recebido uma porcentagem do lucro de séries como Narcos e Hannibal. O site da revista The Hollywood Reporter teve acesso à ação e, sem especificar a quantia, diz que a produtora Katie O’Connell Marsh deixou de receber milhões de dólares que estariam previstos em contrato.
Em 2010, ela se juntou à Gaumont, que funcionava como uma startup, ciente dos riscos. Por isso assinou um contrato que lhe garantia algumas compensações pelo salário reduzido. Entre elas, uma parcela de 2,5% da receita bruta dos programas que produzisse. Quando ela se tornou presidente do grupo, em 2013, abriu mão de um aumento real no salário em troca de outros benefícios, como uma participação ainda maior nos lucros.
Em 2015, a empresa foi reestruturada e o cargo da executiva foi extinto. Katie foi então atrás dos seus direitos e alega que não viu um centavo do dinheiro prometido. No processo, o advogado dela ressaltou que ela colocou a Gaumont no mapa da indústria televisiva e trouxe produtos que tornaram o estúdio financeiramente viável até hoje. Além do pagamento da dívida, ela exige também uma compensação por danos morais.
Narcos, idealizado pelo cineasta brasileiro José Padilha, conta a história do combate aos cartéis do narcotráfico na Colômbia e contou com Wagner Moura no papel do traficante Pablo Escobar nas duas primeiras temporadas. A quarta temporada, prevista para 2018, deve mudar o enfoque para os chefões das drogas no México. Já Hannibal, que teve três temporadas, era baseado no psicopata canibal Hannibal Lecter, dos livros de Thomas Harris, levado ao cinema antes em filmes como O Silêncio dos Inocentes e Dragão Vermelho. Katie também produziu outras séries, como o terror Hemlock Grove e a animação adulta F Is For Family. Como Narcos, ambas foram feitas para a Netflix.