Primeira edição de ‘Frankenstein’ é leiloada por 1,17 milhão de dólares
A venda da primeira edição do livro de Mary Shelley quebrou o recorde mundial para uma obra impressa escrita por uma mulher
A renomada escritora Mary Shelley tinha apenas 18 anos quando concebeu as ideias iniciais do livro que se tornaria um clássico da literatura universal — a história do doutor Frankenstein e sua indefectível criatura. Mais de dois séculos após a publicação, em primeiro de janeiro de 1818, a primeira edição do livro quebrou o recorde mundial para uma obra impressa escrita por uma mulher, ao ser leiloada por 1,17 milhão de dólares (aproximadamente 6,27 milhões de reais).
De acordo com a casa de leilões Christie’s, o recorde anterior pertencia à primeira edição de Emma, escrito por Jane Austen em 1816, que foi vendida pela londrina Bonhams, em 2008, por 150 000 libras (1,09 milhão de reais). Um ano antes, o livro Os Contos de Beedle, o Bardo, de J.K. Rowling, havia sido arrematado em um leilão da Sotheby’s por incríveis 1,95 milhão de libras (14,2 milhões de reais), mas a obra, feita à mão e com ilustrações, não era impressa, o que a deixou de fora da contagem.
“A primeira edição de Frankenstein em suas pranchas originais é incrivelmente frágil e, por causa disso, muito escassa. Então, uma cópia como a leiloada, especialmente em boas condições, é altamente desejável para os colecionadores. No geral, é um mercado muito forte e estamos vendo uma demanda crescente por exemplares populares da literatura”, disse um porta voz da Christie’s. O valor alto da venda não apenas quebrou um recorde mundial, mas superou as expectativas da própria casa de leilões, que havia avaliado a obra de Shelley entre 200 000 e 300 000 dólares.
Com uma tiragem de apenas 500 exemplares no ano de seu lançamento, o livro foi inicialmente publicado por Mary Shelley sob um pseudônimo pela editora Lackington, Hughes, Harding, Mavor & Jones. Foi apenas treze anos depois, em 1831, que a autora publicou o romance gótico com seu próprio nome e também incluiu uma introdução, na qual procurou responder à seguinte pergunta: “Como eu, quando menina, vim a pensar e a desenvolver uma ideia tão medonha?”.
O livro, que chegou a dividir opiniões da crítica quando lançado, hoje é um clássico indisputável da literatura. A história de como o doutor Victor Frankenstein usou partes de corpos para dar vida a um novo ser, renovando o mito grego de Prometeu, é considerada um das primeiras obras de ficção científica do mundo.