Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Eva Green: “É algo feminino ter uma amiga-vampiro, que suga você”

Em entrevista exclusiva a VEJA, atriz fala do papel no novo Polanski como a obsessiva Elle, uma ghost writer misteriosa, cheia de altos e baixos

Por Mariane Morisawa
Atualizado em 14 abr 2018, 08h30 - Publicado em 14 abr 2018, 08h30

Eva Green costuma gostar de personagens intensas. Não é diferente em Baseado em Fatos Reais, de Roman Polanski, que estreia agora no país. O filme, exibido fora de competição no último Festival de Cannes, é uma adaptação do romance de mesmo nome, escrito por Delphine de Vigan e lançado no Brasil pela Intrínseca.

Green interpreta Elle, uma mulher misteriosa, cheia de altos e baixos e obcecada pela escritora Delphine, vivida por Emmanuelle Seigner, mulher do diretor. A francesa de 37 anos conversou com o site de VEJA durante o Festival de Cannes:

 

Quando Roman Polanski convida para fazer um filme, o “sim” é imediato? Sim. Ele é como um mito. Um diretor icônico. É uma chance única. Eu disse: “Sim, quero fazer, quero fazer parte desta aventura!”.

Sabia desde o começo o que era o papel? Sim. Eu o encontrei num café em Paris, e ele me contou a história. Para mim, parecia com os filmes Louca Obsessão e Mulher Solteira Procura. Era uma história intensa entre duas mulheres. Era a história perfeita para o Sr. Polanski.

Continua após a publicidade

De que mais gostou ao interpretar essa personagem? Essa personagem é a pessoa mais misteriosa que interpretei. Não dá para encaixá-la em nenhuma categoria específica. Não sei na verdade quem ela é, sabe? Foi a estranheza da personagem que me atraiu. Ela não é tranquila, é muito densa.

Acha que ainda é raro encontrar personagens femininas que podem ser más e têm tantas nuances? Sim, exatamente. Ela é tão volátil! Pode ficar com muita raiva ou ter um acesso de fúria e logo depois voltar a ser suave e legal. É assim. Como uma montanha-russa. E é divertido interpretá-la assim, sem saber realmente quem ela é. É uma personagem ambígua.

Polanski disse ter feito o filme para as mulheres. Por que este é um bom filme para mulheres? Este filme para mulheres? Deus, não sei. Quer dizer, é sobre uma relação feminina obsessiva. Fiquei pensando nisso outro dia que é verdade se tratar de algo muito feminino ter uma pessoa dominante na relação. Uma espécie de amiga-vampiro, que suga seu sangue até você achar que é demais e dar tchau. É estranho. É algo bem feminino, não acho que os homens têm esse tipo de relação. Não sei exatamente do que se trata, mas é bem intrigante.

A atriz Eva Green, como Elle, durante cena do filme “Baseado em Fatos Reais” (Carole Bethuel/Studiocanal GmbH/Divulgação)

E como você e Emmanuelle Seigner construíram esse relacionamento? Sentiram necessidade de se encontrar antes? Nós tivemos uns dias de ensaio antes da filmagem. Isso ajudou a nos conhecermos. Graças a Deus, ela é uma pessoa muito bacana, porque caso contrário teria sido um pesadelo. Ela é uma mulher muito aberta, muito generosa, então foi bem natural contracenar.

Continua após a publicidade

Quando está interpretando uma personagem assim, com um relacionamento difícil, é mais fácil se você gostar da pessoa? Sim… Para um ator… Nunca se sabe. Pode ser alguém que admire sem conhecer e, ao encontrar, ver que é uma pessoa horrível. Ou tenho de interpretar uma relação amorosa, e a pessoa é horrível. E às vezes funciona na tela. É interessante. Aqui eu realmente me dei bem com ela. E isso sempre ajuda imensamente.

As atrizes Emmanuelle Seigner e Eva Green durante cena do filme “Baseado Em Fatos Reais”, de Roman Polanski (Carole Bethuel/Studiocanal GmbH/Divulgação)

E que tipo de diretor é Roman Polanski? Ele dá muitas instruções… Deus, sim! É o diretor mais exigente com quem já trabalhei. É obcecado com detalhes. E ele não suaviza as palavras quando dá orientações. Então às vezes você fica se sentindo: “Ai, meu Deus, por que sou tão ruim?”. Mas não é… Ele fica entusiasmado e é perfeccionista.

Nicole Kidman disse recentemente que vai colocar como regra trabalhar com mais diretoras. Acha que esse tipo de ação é necessária para avançar na igualdade? Com certeza. Mas realmente acho que há cada vez mais diretoras. Não posso revelar ainda, mas vou trabalhar novamente com uma cineasta. E é sempre muito prazeroso, na verdade. Há um pouco menos de… Como digo? Não há jogo de poder, há algo mais igualitário e suave quando uma mulher está dirigindo uma atriz.

As atrizes Emmanuelle Seigner e Eva Green durante cena do filme “Baseado Em Fatos Reais”, de Roman Polanski (Carole Bethuel/Studiocanal GmbH/Divulgação)
Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.