Pivô de escândalo sexual do Nobel será julgado por estupro na Suécia
Denunciante afirma que Jean-Claude Arnault a estuprou em duas ocasiões em 2011
A Procuradoria de Estocolmo anunciou nesta terça-feira que julgará por estupro o francês Jean-Claude Arnault, marido de uma integrante da Academia Sueca cujo escândalo sacudiu a famosa instituição responsável pelo Nobel de Literatura. A data do julgamento não foi fixada.
Esposo da poetisa e ensaísta Katarina Frostenson, Arnault, de 71 anos, é acusado de ter estuprado uma mulher em Estocolmo em duas ocasiões em 2011. Ele nega as acusações, mas a Procuradoria afirma dispor de elementos suficientes para levar o caso adiante, como depoimentos indiretos que corroboram as declarações da vítima.
Por causa do escândalo, Katarina Frostenson renunciou no dia 12 de abril e o Nobel de Literatura não será estregue neste ano.
Jean-Claude Arnault também foi acusado de assédio sexual por outras mulheres, que sustentam que o francês se aproveitava de sua influência e notoriedade na vida cultural sueca para cometer os crimes. Em novembro de 2017, o jornal sueco Dagens Nyheter publicou um relatório no qual dezoito mulheres afirmavam ter sofrido violências, ou assédio sexual, por parte de Arnault.
Por e-mail, a advogada da vítima afirmou que sua cliente estava “aliviada e satisfeita” pelo julgamento. “Minha cliente foi profundamente afetada por essas ações, foi ofendida e humilhada de uma forma grave”, escreveu a advogada Elisabeth Massi Fritz.
Arnault recebeu milhares de euros em subvenções da Academia nos últimos anos. O Dagens Nyheter espera que o julgamento retire o véu sobre a “cultura do silêncio” que durante anos protegeu o acusado. “Uma parte da Academia sueca se esforçou ativamente para ocultar esses feitos e se esquivar da justiça”, diz o jornal.