Para todos os gostos: 9 livros para presentear no fim do ano
Distopia, thriller, romance açucarado e clássicos, confira lista com dicas variadas para acertar no presente de Natal

Confira a seguir uma seleção de livros feita pela equipe de cultura de VEJA, sugestões para diferentes gostos, que podem ser um bom presente neste fim de ano.
A Vida Mentirosa dos Adultos, de Elena Ferrante, para quem curte uma investigação psicológica

A misteriosa autora Elena Ferrante, de A Amiga Genial, volta a explorar o desabrochar feminino e os segredos de família em A Vida Mentirosa dos Adultos. Novamente ambientado em Nápoles, sua cidade na Itália, a trama acompanha Giovanna, uma jovem de 12 anos que ouve do pai que “está a cara de Vittoria”, sua tia, que, segundo ele, combina os excessos da feiura e da crueldade. Com a autoestima baqueada e desmantelada pela ideia de ser feia e má, Giovanna decide conhecer a mulher a quem encarna e, no processo, engata em uma jornada de autodescoberta.
Prazer em Queimar, de Ray Bradbury, para quem gosta de uma distopia (à exceção de 2020):

Queima de livros, resistência, liberdade e arte são alguns dos temas que recheiam os 16 contos de Prazer em Queimar, de Ray Bradbury, autor do popular Fahrenheit 451. Aliás, foi de O Bombeiro, um dos textos presentes na coletânea, que nasceu sua obra-prima distópica. Sempre com ânsia de recriminar autoritarismos e todo tipo de censura, o célebre autor americano imprime nos textos sua genialidade literária em histórias com prosa requintada. Aos cativados por Fahrenheit, ou aos que querem colocar os horrores de 2020 sob outra perspectiva, Prazer em Queimar é uma pedida certeira.
O Amor nos Tempos do Cólera, de Gabriel García Márquez, para amantes de um clássico atemporal

Para aplacar as dores de amor em tempos de pandemia, O Amor nos Tempos do Cólera, de 1985, vem como um sopro. Tendo como ponto de partida a história real de seus pais, Gabriel García Márquez constrói um complexo triângulo amoroso – em nada semelhante aos dramas de novelas – entre Florentino Ariza, Juvenal Urbino e Fermina Daza, estes dois últimos casados por 50 anos. O enredo se desenvolve a partir das lembranças quinquagenárias do casal e explora, de forma riquíssima, o cotidiano dos idosos e do amante rejeitado, até que um acontecimento inesperado inverte a dinâmica do romance. García Márquez decupa o sentimento nas minúcias e em todas as suas versões – até mesmo quando é confundido com uma doença brutal como o cólera.
Mulheres que Correm com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés, para mulheres em jornada de autodescoberta

Antes de serem vilões em contos de fadas, lobos eram criaturas símbolo de bravura e proteção na mitologia greco-romana. Para a psicanalista americana Clarissa Pinkola Estés, as mulheres vêm sendo tratadas de forma semelhante. Em seu longseller (termo em inglês para os livros que seguem um sucesso de vendas anos depois de lançados) Mulheres que Correm com os Lobos, de 1989, analisa como a natureza instintiva feminina foi domesticada e reprimida ao longo dos tempos, a partir de 19 mitos, lendas e histórias de carochinha. Entre metáforas e densas análises, Clarissa dá bases para entender o “sagrado feminino”, termo pop nas redes sociais que exalta a conexão da mulher consigo mesma e do seu corpo com a natureza. Parece uma viagem, mas a prosa envolvente de Clarissa e seus profundos conhecimentos da mente humana fazem valer o embarque.
Travessia, de Walter Casagrande, para quem curte uma boa biografia

“Minha maior loucura é a sobriedade”, disse Walter Casagrande a VEJA. A frase vem com um peso maior quando pensada no contexto de Travessia, sua terceira autobiografia, cujo objetivo é relatar as aflições da recuperação de uma dependência química e, assim, oferecer um alento a quem trava uma luta contra as drogas. Mas, mais do que ser um retrato das tribulações do vício, o livro é um mergulho na alma do ex-jogador e comentarista ao mostrar sua personalidade inquieta, inclusive a partir da ótica de grandes amigos como Nasi, Nando Reis, Paulo Miklos e Baby do Brasil, sua ex-namorada.
Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, para leitores vorazes que gostam de acompanhar as tendências

“Sobre a terra há de viver sempre o mais forte.” A frase que tranca Torto Arado, vencedor da categoria Melhor Romance do prêmio Jabuti deste ano, diz respeito ao duro cotidiano dos trabalhadores rurais de Água Negra, uma fazenda na região da Chapada da Diamantina, na Bahia, onde descendentes de trabalhadores africanos escravizados e indígenas convivem, entre os amores e as agruras da vida no campo. Narrado de forma ímpar pelas irmãs Bibiana e Belonísia, unidas vida afora por um acidente na infância, o romance, ao mesmo tempo em que descreve os costumes nordestinos com extrema habilidade narrativa, tece um retrato de um Brasil encalhado em seu próprio passado escravista.
Teto para Dois, de Beth O’Leary, para quem se derrete com um romance jovem

Já imaginou dividir sua cama com alguém que você nunca viu? E não no sentido sexual, mas só para economizar uns trocados mesmo? É essa a proposta de Teto para Dois, da americana Beth O’Leary, a “nova Jojo Moyes”, que traz Leon, um enfermeiro que trabalha de noite, e Tiffy, uma editora de expediente diurno, para viver sob o mesmo teto durante fuso-horários opostos. Sem nunca se encontrarem pessoalmente, os dois travam discussões e reflexões por meio de post-its. Uma divertida leitura para quem busca algo leve.
Inspeção, de Josh Malerman, para quem gosta de um thriller de arrepiar a espinha

J, um rapaz curiosíssimo, vive com outros 25 meninos em um internato que forma prodígios em artes, ciências e educação física. Todos são nomeados a partir de uma letra no alfabeto e não têm quaisquer conhecimentos do mundo externo à torre em que habitam, nem que, na mesma região, há outra torre habitada só por meninas. Lá, a jovem K, tão curiosa quanto J, começa a se perguntar as mesmas coisas que ele: Por que estão ali? E por que não podem sair? Neste thriller sobre uma realidade artificial, controlada por um vilão sem rosto, Josh Malerman retoma a fórmula do sucesso de Caixa de Pássaros, seu best-seller que virou filme da Netflix, e cria uma atmosfera densa, recheada de meias verdades.
O Homem Mais Rico da Babilônia, de George Clason, uma autoajuda clássica para quem se interessa por finanças

Lançado em 1926, o livro escrito em parábolas investiga a riquíssima cidade da Babilônia, território na Mesopotâmia, famoso na Bíblia, e que se tornou um importante centro urbano, militar e cultural. A obra de caráter atemporal é figurinha constante nas listas de mais vendidos até os dias de hoje, trazendo ensinamentos como divisões de gastos do orçamento, a importância de multiplicar o dinheiro, mas também de usá-lo para seu prazer, e a necessidade de pensar no futuro.
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