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O sucesso do rock spaghetti da banda italiana Maneskin

Com estampa rebelde e letras que vão da tradição renascentista a picantes fetiches sexuais, os integrantes do grupo põem o país no topo do pop mundial

Por Amanda Capuano Atualizado em 6 ago 2021, 09h58 - Publicado em 6 ago 2021, 06h00
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  • MAMMA MIA - O quarteto italiano: fama construída em festivais europeus -
    MAMMA MIA – O quarteto italiano: fama construída em festivais europeus – (//Divulgação)

    Primeiro país ocidental atingido com fúria pela Covid-19, a Itália teve suas dores aliviadas nos últimos meses graças a dois feitos de apelo nacionalista. Um deles foi a conquista da Eurocopa, título que a Azzurra não levava desde 1968. Mas os italianos fizeram outro gol não menos comemorado: a explosão do grupo de rock Måneskin. Criado por jovens de visual rebelde, o quarteto começou a carreira tocando em troca de moedas na rua — mais precisamente, na agitada Via del Corso, no coração de Roma. E daí deu um salto impressionante rumo ao estrelato. Galvanizou a Itália ao vencer a edição de 2020 do festival Eurovision, competição musical mais badalada da Europa, cuja final alcançou audiência de 183 milhões de pessoas. Ato contínuo, saiu da bolha europeia para impor-se como fenômeno mundial: com mais de 51 milhões de ouvintes no Spotify, o Måneskin encabeça a parada de músicas mais tocadas do streaming no planeta. Hoje, é o 13º artista mais ouvido na plataforma — um feito inédito para um conjunto de rock italiano.

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    Formada por Victoria De Angelis (baixo), Damiano David (vocal), Thomas Raggi (guitarra) e Ethan Torchio (bateria), a banda costuma definir seu estilo como uma “tradução da música do passado para a modernidade”, com influências que vão de Led Zeppelin a Arctic Monkeys, bebendo também do rock italiano dos anos 80 e 90. Na prática, faz um hard rock honesto — com algum toque de carbonara nos sucessos cantados em italiano, caso do hit Zitti e Buoni. O combo peculiar fez de Beggin’, cover de uma composição de 1967 da banda The Four Seasons, e da mais recente I Wanna Be Your Slave sucessos virais no TikTok. Ostentando mais de 25 milhões de visualizações no YouTube, o clipe de I Wanna Be Your Slave causou barulho por seu mergulho sem pudor na, digamos, estética sadomasô. “Eu quero ser seu brinquedo sexual / Eu quero ser seu professor / Eu quero ser o seu pecado”, diz a música, que botou as guitarras novamente no radar do pop.

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    Embora faça letras em inglês e italiano, o grupo extraiu seu nome pitoresco da língua dinamarquesa — nela, Måneskin significa algo como “luz do luar”. Explica-se: Victoria, única moça em meio aos marmanjos cabeludos, tem mãe dinamarquesa. Se a banda expandiu seu domínio para além das fronteiras do país de origem, não foi só por cultivar imagem cosmopolita: seus versos tratam de agruras universais dos jovens. Mas há piscadelas — às vezes iconoclásticas — para a tradição italiana. “Quero pintar seu rosto como se fosse minha Mona Lisa”, cantam em I Wanna Be Your Slave. “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, repetem numa canção de fazer corar o papa, In Nome del Padre.

    A ascensão do Måneskin ilumina uma peculiaridade da cena musical europeia: eles construíram sua fama num circuito de gincanas e festivais — os quais ainda guardam uma força no Velho Continente. O atalho para o sucesso veio em 2017, com a participação no reality The X Factor, de onde saíram vice-campeões. Dali, foram ao italianíssimo Festival Sanremo, onde se sagraram campeões e ganharam passaporte para o tradicional Eurovision, que já revelou sucessos como Abba e Céline Dion. Antes, os roqueiros — que têm entre 20 e 22 anos — esnobavam o cafonérrimo festival. Declararam que o evento não tinha mais apelo entre os jovens. O Måneskin cuspiu no prato que haveria de comer — e dali extraiu a receita do rock spaghetti.

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    Publicado em VEJA de 11 de agosto de 2021, edição nº 2750

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