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‘O Manual do Luto’: as lições sobre saudade do poeta Carpinejar

Em seu 51º livro, o escritor vale-se de sua sensibilidade notável e experiência de vida para oferecer consolo a quem perdeu parentes e amigos

Por Matheus Leitão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 10h09 - Publicado em 2 set 2023, 08h00

Fabrício Carpinejar tem mais livros publicados que anos de vida. São 51 publicações em 50 primaveras — ou muitas flores plantadas no jardim em pouco tempo. É justo dizer também que não por acaso. Em Manual do Luto, o quinquagésimo primeiro manuscrito, o poeta continua a surpreender. De certa forma, arando o coração do leitor. Por isso, cultiva ou cativa tanto. Na obra a que VEJA teve acesso em primeira mão e que acaba de chegar ao público na Bienal do Livro do Rio, Carpinejar revela algo inesperado sobre a dor pungente que nasce da morte de um ente querido. O luto, o mesmo que chega a rachar nossos ossos de tanta dor, poderá fazer você acessar sentimentos que jamais alcançaria na presença da pessoa amada. Nem de longe todos negativos, vistos pela ótica do autor. Daí a surpresa. Manual do Luto não é um convite para abraçar a morte. Também não se trata só de com­preendê-­la de outra forma, mas de usá-­la para uma nova colheita durante a vida. Lembra do jardim de livros do Carpinejar?

Manual do luto

MANUAL DO LUTO, de Fabrício Carpinejar (Bertrand Brasil; 141 páginas, 49,90 reais e 32,90 reais em e-book)
MANUAL DO LUTO, de Fabrício Carpinejar (Bertrand Brasil; 141 páginas, 49,90 reais e 32,90 reais em e-book) (./.)

Quando uma experiência sobrenatural se revela ao autor — e ao leitor do livro em suas últimas linhas —, há uma compreensão maior sobre a morte. Mais que do luto em si, o livro trata das lições da saudade que a separação da pessoa amada nos traz. É nesse momento que Carpinejar escreve sobre algo que viveu. “Senti que era uma despedida, não sei como. Um arrepio de janelas abertas na alma”, diz num trecho do manual sobre uma dolorosa experiência vivida. É que, leitor e tradutor de almas, Carpinejar viu a publicação ganhar inspiração em um projeto tocante. Em maio deste ano, criou um grupo de cartas sobre o luto batizado de Clube dos Corações Solidários, numa referência ao famoso disco dos Beatles. São mais de 25 000 inscritos que recebem, de forma gratuita, uma carta por semana. Ali, vê-se a alma de Carpinejar revelada através da solidariedade — algo que ele já faz em suas redes sociais.

Depois é nunca

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E é por isso que Manual do Luto, à medida que vai desabrochando nas páginas, pode ser visto assim: cada capítulo é uma carta e, cada carta, um movimento de empatia com enlutados. O que se espera de um livro sobre as perdas mais dolorosas — de um amigo, de um irmão, dos pais, do cônjuge ou de um filho — é que ele seja triste. Outra resposta errada quando se trata de Manual do Luto. Coincidência ou não, as duas mais difíceis experiências que tive com a morte estão espelhadas no livro, sem nunca ter conversado sobre elas com o poeta. Um autor que fala através da alma se conecta a todos. Como num presente muito esperado que você desembrulha aos poucos para saborear, Manual do Luto é uma lição sobre o amor. Não um guia sobre a morte, mas um manual para a vida. O que Carpinejar entrega dentro da caixa são buquês de flores que trazem paz para aquilo que há de mais difícil de lidar: a saudade de quem já não se pode abraçar.

Publicado em VEJA de 1º de setembro de 2023, edição nº 2857

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