Quase dois anos após ser esfaqueado em cima de um palco e quase perder a vida, o autor Salman Rushdie talvez tenha de esperar mais algum tempo para o julgamento de seu agressor, Hadi Matar — que o perfurou no pescoço, olho, barriga, coxa e peito em agosto de 2022, quando o autor concederia uma palestra em Nova York. O motivo para o atraso é o livro de memórias que Rushdie escreveu centrado no acontecimento, Knife: Meditations After an Attempted Murder (“Faca: Meditações Após uma Tentativa de Assassinato”, em tradução literal), o qual o réu tem o direito de acessar antes do julgamento. O juiz deu até o fim desta quarta-feira, 3 de janeiro, para que o acusado e seu advogado decidam se o julgamento deve ser adiado ou não. Caso recusem o reagendamento, as deliberações começam na próxima segunda, 8 de janeiro, na cidade de Chautauqua.
O advogado do réu, Nathaniel Barone, porém, indicou que o adiamento será acatado, afirmando que tem direito a acessar “cada anotação de Rushdie, cada discussão, gravação ou outro elemento feito com relação ao livro”. Já o procurador Jason Schmidt afirmou que representantes legais do autor negaram o pedido de uma cópia do manuscrito de Knife com base em direitos de propriedade intelectual.
Schmidt ainda quer que o escritor deponha no julgamento, mas a presença de Rushdie é incerta. Matar declarou inocência às acusações de tentativa de assassinato em segundo grau e agressão em segundo grau. Um possível motivo para o ataque é a fátua emitida pelo líder iraniano Ayatollah Ruhollah Khomeini (1902-1989) há mais de 30 anos, a qual pedia pela morte de Rushdie devido à publicação de Os Versos Satânicos, romance acusado de blasfêmia.
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