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Novo ‘Matrix’ abraça nostalgia e faz graça com a própria história

Em 'Ressurections', quarto filme da franquia, Neo e Trinity estão de volta, agora vinte anos mais velhos e presos na Matrix

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 23 dez 2021, 10h50

Lançado em 1999, Matrix provocou um abalo sísmico no cinema. Um filme quase perfeito, diriam os entendidos. Como, então, superá-lo? As criadoras da franquia, as irmãs Wachowski, tentaram duas vezes, nas dispensáveis continuações Reloaded e Revolutions, ambas de 2003. Não deu certo. Pretensiosos e confusos, os dois filmes bagunçaram a história e, no fim, a sensação foi de que eles só existiram como meras obras caça-níqueis. Seria possível, então, 22 anos depois do lançamento do original, que a quarta parte da história fosse, enfim, melhor? Também não. E essa nem era a pretensão da diretora Lana Wachowski, que co-escreveu o novo roteiro com David Mitchell e Aleksandar Hemon. Sua tática: abraçar a mitologia e se divertir com ela.

Matrix Resurrections, que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 23, não se leva a sério – e isso é bom. O longa arranca sinceras risadas da plateia com sua torrente sem fim de autorreferências. Boa parte da graça vem do ator Yahya Abdul-Mateen II, que entrou no lugar Laurence Fishburne, no papel de Morpheus. Acredite: a substituição faz todo sentido. Dizer mais que isso é dar spoilers desnecessários. Os astros Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss estão de volta como os protagonistas Neo e Trinity. Aos 50 e tantos anos, ambos continuam usando roupas de couro e lutando kung-fu como nunca. 

No enredo, Neo está vinte anos mais velho e escolheu tomar a pílula azul, em vez da vermelha – e por isso continua preso dentro da Matrix. Os sonhos com o passado de lutas contra as máquinas parece uma grande alucinação da sua cabeça. Agora rico, ele usou essa alucinação, que é a história do filme de 1999, como enredo para criar um videogame dos mais bem-sucedidos. De seu sócio, no entanto, escuta que o mercado exige lançamentos de continuações, “ainda que as continuações sejam ruins” – captou a ironia?

Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss reprisam seus personagens Neo e Trinity em 'Matrix Ressurectios'
Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss reprisam seus personagens Neo e Trinity em ‘Matrix Ressurectios’ (//Divulgação)

Embora a pílula azul mantenha Neo preso na Matrix, são as sessões com um terapeuta interpretado pelo excelente Neil Patrick Harris que o mantêm são e acreditando que a guerra apocalíptica é apenas um delírio. Em alguns momentos, aliás, as falas do terapeuta parecem estar sendo direcionadas para a diretora Lana Wachowski, que entre o primeiro filme e agora mudou de sexo, assim como sua irmã. “Você não pode abraçar o futuro sem chegar a um acordo com o seu passado”, diz o personagem de Harris.

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Em suma, fica uma sensação de dejá vù ao assistir ao novo Matrix, com sua infinidade de personagens do passado indo e vindo. Mas o objetivo de Neo agora não é salvar a humanidade e, sim, conquistar novamente Trinity (que está casada e com dois filhos). No fundo, Matrix Ressurections é uma grande história de amor, cujo alicerce é a química entre os dois personagens. 

Claro, há ainda as armas. Muitas delas. Os efeitos especiais e o tal “bullet time” (que são as cenas em câmera lenta) estão lá também, bem como as elaboradíssimas cenas de luta. Perseguições de carro, de moto e naves futurísticas também compõem as cenas de ação. O novo Matrix, enfim, é um tributo ao passado – e, de quebra, entrega uma conclusão mais satisfatória para a franquia que aquele lamentável desfecho de Revolutions, que nunca convenceu ninguém.

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