Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Museu Nacional ganha coleção greco-romana em seu aniversário de 203 anos

Datadas desde 550 a.C., 27 peças foram doadas por um diplomata para o acervo permanente da instituição, em reconstrução desde o incêndio em 2018

Por Tamara Nassif Atualizado em 9 jun 2021, 15h58 - Publicado em 9 jun 2021, 13h20
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Em meio a celebrações de seu aniversário de 203 anos, ocorrido oficialmente no último dia 6, o Museu Nacional do Rio de Janeiro, vinculado a UFRJ, acaba de receber uma doação de peças da antiguidade greco-romana. Datadas entre 550 a.C. e 550 d.C, as 27 obras da coleção pertenciam ao diplomata aposentado e escritor gaúcho Fernando Cacciatore de Garcia e passarão a integrar o acervo de longa duração da instituição.

    Publicidade

    “Quero que a coleção seja um elo da cultura do Brasil com a da Antiguidade Clássica, e que sirva de peça chave para a construção da nossa identidade nacional”, disse Cacciatore em coletiva de imprensa da qual VEJA participou. “Solteiro e sem herdeiros”, o diplomata aposentado optou por doar a coleção, montada entre 1974 e 2004 e estimada em 1 milhão de reais, para restaurar parte do patrimônio perdido no incêndio de 2018. “Afinal, um museu também é o seu acervo”, explica ele, que também nutre uma relação afetiva com a instituição. Contemplando mais de 1.000 anos de história, as peças estão em mármore, cerâmica, metal, terracota e vidro. A mais antiga, de 550 a.C., trata-se de um tijolo arquitetônico que ornamentava um templo na Grécia Oriental, território hoje pertencente à Turquia, em que se vê um cavalo a galope com seu cavaleiro.

    Publicidade
    Tijolo arquitetônico de 550 a.C., parte da doação da coleção greco-romana recebida pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro
    Tijolo arquitetônico de 550 a.C., parte da doação da coleção greco-romana recebida pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro (Museu Nacional/UFRJ/Divulgação)

    Outra joia rara da coleção é uma estatueta em mármore do deus Baco ainda menino, descoberta em escavação em Nápoles, na Itália, em 1835, e pertencente ao Cônsul-Geral da Suíça antes de ser adquirida por Cacciatore, em 2001. “É uma peça digna do Louvre, tamanha a perfeição”, exalta o diplomata.

    Estátua em mármore do deus Baco menino, de I a.C., parte da doação da coleção greco-romana recebida pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro
    Estátua em mármore do deus Baco menino, de I a.C., parte da doação da coleção greco-romana recebida pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro (Museu Nacional/UFRJ/Divulgação)

    Embora pequena, a coleção retrata uma impressionante diversidade cronológica, geográfica e estilística – no caso das peças gregas, há representantes dos estilos Arcaico, Clássico e Helenístico. “Um dos maiores desafios atuais da instituição é a recomposição de seus acervos”, diz o diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, em comunicado. “A bastante significativa coleção greco-romana vai enriquecer a futura exposição de longa duração do Museu e contribuir com pesquisas científicas na área.” Segundo o diretor durante a coletiva de imprensa, ela virá à público “assim que a pandemia deixar” e deverá ter uma versão virtual em breve.

    Publicidade

    Em reconstrução desde o incêndio de 2018, o Museu Nacional viu suas obras atrasarem em função da pandemia – mas “o Museu já tem uma baleia!”, adianta Kellner. Em 2021, é esperada a finalização da reforma da Biblioteca Central, uma das mais importantes do país, com 500.000 livros, e dos trabalhos de higienização de proteção dos bens integrados do Paço de São Cristóvão e do Jardim das Princesas. Toda área acadêmica deve ser totalmente reconstruída até dezembro. Também terão início, em agosto deste ano, as obras nas fachadas e coberturas do Bloco 1, o Histórico, que deverão ser entregues em 2022 – em tempo de celebrar o bicentenário da independência do Brasil, em setembro. Segundo a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, se espera que, em 2023, o restante dos blocos seja reestruturado, e, em 2024, que o interior do Palácio seja restaurado. Fica para 2025 a finalização total da reforma.

    A empreitada conta com grandes doações de capital público e privado – as mais significativas, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), da Vale e do banco Bradesco, que desembolsaram 50 milhões de reais para a reconstrução do Museu Nacional, cada. “Um povo que não conhece seu passado não consegue mapear o seu futuro”, disse Julio Leite, superintendente do BNDES, em coletiva. A Vale, por sua vez, disse estar “comprometida em devolver o museu para a sociedade brasileira”, com apoio financeiro e de expertise do Instituto Cultural da empresa. “Celebrar os 203 anos do Museu Nacional é celebrar também a ciência, a história natural, a antropologia, a educação”, disse Luiz Eduardo Osorio, Vice-Presidente Executivo da empresa.

    Publicidade
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.