Morreu neste domingo, 20, a atriz Nicette Bruno, de 87 anos. Ela estava internada desde o dia 29 de novembro com Covid-19 na Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Nascida Nicette Xavier Miessa, em 7 de janeiro de 1933, em Niterói, Rio de Janeiro, a atriz percebeu cedo a vocação artística. Tinha apenas 4 anos de idade quando participou do programa infantil de Alberto Manes, na Rádio Guanabara. Aos 6, estudou piano no Conservatório Nacional e aos 11 chegou aos palcos com o grupo de teatro da Associação Cristã de Moços. Adotou o nome artístico Nicette Bruno em homenagem à mãe, Eleonor Bruno Xavier, médica e atriz: “A família da mamãe era Bruno. Como era toda muito voltada para o lado artístico, adotei esse nome. O lado do papai era mais financista, não tinha muito a ver”, explicou a atriz.
A paixão pelo teatro foi longa e frutífera não só no âmbito profissional, mas também pessoal. Aos 19 anos, já respeitada nos palcos por seu talento precoce, Nicette conheceu o ator Paulo Goulart. O amor que nasceu nas coxias foi oficializado em um casamento em 1954. O casal, pais dos também atores Paulo Goulart Filho, Bárbara Bruno e Beth Goulart, ficou junto até a morte de Goulart em 2014, pouco antes do aniversário de 60 anos da união.
Nicette fez parte da primeira leva de artistas a experimentar as possibilidades da televisão. Estreou na extinta TV Tupi, em 1950, fazendo teleteatros. Ao longo da carreira, se mostrou versátil, transitando por diferentes gêneros e personagens, desde adoráveis mocinhas e matriarcas, até vilãs ardilosas.
Na TV Tupi, participou na década de 1950 da primeira adaptação do Sítio do Picapau Amarelo, depois voltaria ao texto em 2001, na pele de Dona Benta, na rede Globo, emissora que abraçou desde 1981, quando atuou no seriado Obrigado, Doutor. Enquanto mantinha acesa sua paixão pelo teatro, participante de todas as grandes companhias do país, Nicette ampliou sua fama como figurinha carimbada das populares telenovelas.
Também na Tupi, atuou em folhetins como Meu Pé de Laranja Lima (1970), de Ivani Ribeiro, e Éramos Seis (1977), de Silvio de Abreu e Rubens Ewald Filho. Na Globo, a estreia no formato foi com Sétimo Sentido (1982), de Janete Clair. Seu currículo é amplo. Para citar alguns dos sucessos pelos quais passou, estão os folhetins Selva de Pedra (1986), Bebê a Bordo (1988), Rainha da Sucata (1990), Mulheres de Areia (1993), O Amor Está no Ar (1997), Alma Gêmea (2005), Salve Jorge (2012), I love Paraisópolis (2015), entre tantas outras, além de investidas em séries de TV, como Meu Destino é Pecar (1984), e filmes para o cinema, caso de Querida Suzana (1947).