A equipe da área de meteorítica do Museu Nacional conseguiu resgatar o meteorito Angra dos Reis dos escombros do prédio-sede da instituição, afetado por um grande incêndio no início de setembro. O artefato foi encontrado na última sexta-feira, 19, durante as obras de escoramento, que estão sendo acompanhadas por técnicos do museu.
Segundo nota divulgada pela assessoria de imprensa da instituição, o meteorito está intacto porque estava em um armário de ferro que resistiu ao fogo. O Museu reforça que o valor do meteorito, o único resgatado logo após cair na Terra sem ser submetido a qualquer intempérie, é incalculável — estimativas paralelas, contudo, sugerem que a peça valeria mais de 3 milhões de reais.
De acordo com a professora Maria Elizabeth Zucolotto, o Angra dos Reis tem uma importância tão grande que chegou a batizar uma nova classe de meteoritos, a classe dos angritos — uma das mais antigas registrada na astronomia, e rara de ser encontrada. A peça foi resgatada na cidade de Angra dos Reis, no sul do Estado do Rio, próximo à Igreja do Bonfim, em 1869, logo após cair e se instaurar em um buraco com 2 metros de profundidade. Dois fragmentos foram recuperados, sendo que a maior parte do meteorito, com 70 gramas, ficou sob guarda do Museu Nacional. Os angritos (cerca de 20 foram catalogados até o momento no mundo) ajudaram pesquisadores a calcular e entender a formação do Sistema Solar.
A notícia surge dias após o resgate do crânio Luzia, considerado o fóssil humano mais antigo das Américas, com 12.000 anos. Os fragmentos dos ossos foram encontrados também em um armário resistente, que conseguiu proteger parte da ossada.