Meryl Streep explica por que se cala sobre assédios que sofreu
Em entrevista a jornal, atriz comentou recentes escândalos sexuais em Hollywood e falou sobre um episódio com o ator Dustin Hoffman
Na campanha de lançamento do filme The Post — A Guerra Secreta, de Steven Spielberg, nos Estados Unidos, os astros Meryl Streep e Tom Hanks conversaram com o The New York Times e entraram no tema dos recentes escândalos sexuais de Hollywood. Na entrevista, publicada nesta quarta-feira, a atriz falou dos assédios que já sofreu e explicou por que prefere não denunciar nenhum dos envolvidos.
“Eu vivenciei coisas, principalmente quando eu era jovem e bonita. Ninguém dá em cima de mim hoje. Então eu não passei por essas coisas recentemente”, disse. “Naquela época, quando todos cheiravam cocaína, havia muito comportamento que era indesculpável. Mas agora que as pessoas são mais velhas e sóbrias, tem que haver perdão, e é assim que me sinto sobre isso.”
Ela preferiu não entrar em detalhes ou mencionar pessoas específicas. “Fiquei realmente arrasada, mas não quero arruinar a vida de alguém”, explica. “Penso que, se o mundo seguir como está, devemos descobrir uma maneira de trabalhar juntos e mostrar para os homens que é melhor eles nos respeitarem profundamente como iguais.”
Em novembro, quando o ator Dustin Hoffman foi acusado de assédio por três mulheres, veio à tona uma entrevista de Meryl à revista Time, em 1979, na qual ela o chamava de “porco desagradável”. Ela contava como ele tocou em seu seio ao se apresentar durante as audições para um espetáculo da Broadway. Os dois contracenaram naquele ano em Kramer vs. Kramer, pelo qual venceram o Oscar de ator e atriz coadjuvante.
Ao New York Times, Meryl relembrou outro episódio com Hoffman, justamente nas filmagens daquela produção. “Este foi o meu primeiro filme, minha primeira cena no meu primeiro filme, e ele apenas me deu uma bofetada. E você vê isso no filme”, contou. “Mas acho que essas coisas estão sendo corrigidas neste momento. Agora são mais politicamente corretos. Serão corrigidos porque as pessoas não vão aceitar mais, o que é bom.”