Dois anos e muitos adiamentos depois de estrear no Festival de Berlim, em 2019, a cinebiografia Marighella chegou aos cinemas brasileiros na semana passada, e arrecadou 1,98 milhão de reais, segundo dados divulgados pela Comscore. Exibido em cerca de 300 salas em todo o Brasil, o filme levou quase 100.000 pessoas aos cinemas entre a pré-estreia, no dia 2, e o domingo, 7, estabelecendo-se como a melhor bilheteria de uma estreia nacional do ano.
No apanhado geral, Marighella ocupa a quarta posição no ranking da semana, que somou 26,73 milhões de reais no geral, puxado pelo lançamento de Eternos — filme da Marvel que destronou Venom 2 como a melhor estreia da pandemia, com 19,96 milhões entre 4 e 7 de novembro. Ficam ainda à frente de Marighella o próprio Venom 2, agora na segunda posição, e a animação A Família Adams 2.
Envolto em um imbróglio complicado com a Ancine e rodeado de acusações de censura, o longa narra a história do guerrilheiro Carlos Marighella — principal líder da luta armada contra a ditadura — e chegou aos cinemas com uma áurea pop. A produção marca a estreia de Wagner Moura como diretor e alvoroçou os dois lados da polarização política que assombra o país: de um lado, eleitores de Bolsonaro promovem um boicote ao filme, na tentativa de minar seus ganhos. Do outro, motivados pelo tom político do roteiro e/ou pelas acusações de censura contra a obra, opositores do presidente fizeram do filme a melhor bilheteria de um longa nacional desde o início da pandemia.