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Margaret Atwood não viu os lucros da série ‘The Handmaid’s Tale’

Escritora vendeu os direitos da adaptação há cerca de três décadas e está ligada ao seriado apenas como consultora

Por Da redação
Atualizado em 2 fev 2018, 18h01 - Publicado em 2 fev 2018, 17h42

Muito premiada e com dezenas de livros publicados — entre romances, contos, poesia, infantis e de não-ficção —, a escritora canadense Margaret Atwood ganhou projeção no ano passado com o sucesso do seriado The Handmaid’s Tale. Vencedora em oito categorias do último Emmy, a produção é baseada no romance homônimo lançado por ela em 1985, batizado no Brasil de O Conto da Aia (Intrínseca). Mesmo com a badalação em torno do seu nome, ela afirma que não recebeu um tostão pela adaptação.

A explicação é simples: ela já vendeu os direitos de uma versão para o cinema muito tempo atrás. Há três décadas, a MGM pagou a ela pela adaptação da história, o que aconteceu em 1990, com o filme A Decadência de uma Espécie, estrelado por Miranda Richardson, Faye Dunaway e Robert Duvall. Depois disso, o estúdio passou os direitos para a MGM Television, que fez a parceria com o canal de streaming Hulu para a realização de uma série de dez capítulos.

“Eu fui contratada como consultora para o projeto, mas isso não era muito dinheiro”, disse a autora em entrevista ao portal financeiro Wealthsimple. “As pessoas pensam que tenho vivido todo o glamour de Hollywood desde que o programa surgiu, mas isso não aconteceu comigo. Porém, a venda dos livros aumentou, então isso sim valeu.”

A série também tem servido de chamariz para outras obras de Margaret. Como o romance Alias Grace, de 1996, também adaptado em 2017, como uma minissérie de quatro episódios, pela Netflix. As duas tramas tratam de temas como igualdade de gênero, direitos das mulheres e sexualidade, apesar de The Handmaid’s Tale se passar em um futuro distópico, no qual ideais machistas prevalecem, e Alias Grace, no puritano século XIX.

“Dinheiro é um símbolo”, defende a autora. “Ele não tem nenhum valor por si só. Você não pode comê-lo, bebê-lo ou vesti-lo. Para mim, se quiser resumir, trata-se de autossuficiência. Nunca me disseram que eu deveria casar com um homem rico, ficar deitada de camisola e comer chocolates. Eu sempre procurei me manter sozinha e tem sido assim sempre.”

The Handmaid’s Tale só estreará em março do Brasil e no resto da América Latina, no canal pago Paramount Channel. O segundo ano já está em produção e vai além dos acontecimentos do livro.

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