‘Let it Be’, dos Beatles, volta às paradas após série de Peter Jackson
Documentário 'Get Back' mostra os bastidores da gravação da canção e do disco de mesmo nome, lançado há mais de 50 anos

Mais de 50 anos depois de seu lançamento, o álbum Let It Be, dos Beatles, voltou a ocupar o Top 40, da Billboard, no Reino Unido. A façanha ocorreu na onda do lançamento da série documental Get Back, lançada no final de novembro na Disney+. Com mais de seis horas de duração e dividida em três partes, a série tem direção de Peter Jackson, que teve acesso a quase 60 horas de imagens inéditas dos Beatles no estúdio, durante as gravações do disco.
O álbum, que antes da série ocupava a posição 62, saltou para o 22° lugar das paradas no Reino Unido, enquanto a coletânea 1, lançada em 2000 (com todos os hits dos Beatles que atingiram o primeiro lugar nas paradas), subiu do 57° para o 37°. O documentário Get Back, no entanto, dividiu opiniões. Enquanto alguns jornais britânicos, como o prestigioso The Independent, o considerou uma obra-prima, o Guardian afirmou que as oito horas de duração “ameaçam a sanidade dos fãs”. No final de novembro, o álbum Let It Be também já havia entrado na Billboard 200 americana, ocupando a quinta posição, vendendo cerca de 55.000 cópias (num cálculo feito a partir do número de vendas de discos físicos e reproduções das músicas no streaming).
O documentário explora as imagens não usadas em 1970, gravadas pelo cineasta Michael Lindsay-Hogg para um outro documentário que saiu junto com o último disco dos Beatles. A ideia de Lindsay-Hogg era testemunhar o quarteto, formado por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, em plena atividade criativa. O resultado, no entanto, foi devastador: discussões intermináveis e um clima patente de discórdia davam a deixa de que o fim da banda estava próximo. O filme se tornou o epitáfio do quarteto de Liverpool.
Fã do grupo, o oscarizado cineasta neozelandês Peter Jackson, de 60 anos, aclamado pela trilogia O Senhor dos Anéis, se dispôs a rever as imagens brutas daquelas gravações e percebeu que as sessões não foram tão traumáticas assim. Pelo contrário, os Beatles pareciam felizes e entrosados. Em entrevista a VEJA, Peter Jackson contou que se surpreendeu. “As pessoas vão se deslumbrar com quanto John Lennon era engraçado, e não aquele cara carrancudo que aparecia nas capas das revistas dos anos 70. Ele era um verdadeiro pateta”, disse.