Jennifer Lawrence a VEJA: “Filmar grávida foi feroz”
A atriz vencedora do Oscar, de 35 anos, fala sobre a experiência de protagonizar o longa Morra, Amor — que dramatiza os efeitos da depressão pós-parto
Morra, Amor — que estreia no Brasil no dia 27 — exige uma atuação extremamente física. Como foi o preparo para as filmagens? Eu estava grávida e filmar assim foi feroz. Senti tudo à flor da pele, junto de um ímpeto de proteção muito grande. Meu segundo trimestre de gestação me deixou disposta e cheia de energia, o que veio a calhar quando a diretora Lynne Ramsay sugeriu que eu me inspirasse na fisicalidade dos gatos. Esse foi o ponto de partida: a personagem se sente como um animal preso e eu já me sentia como uma fera.
Como foi contracenar com Robert Pattinson no papel do marido tóxico de sua personagem? Eu não o conhecia bem antes, mas logo vi o quanto ele é generoso e respeitoso. Também estávamos em etapas similares da vida, ambos casados e com filhos. As experiências nos ajudaram a agregar profundidade aos personagens. Também fizemos aulas de dança juntos. Esse tipo de intimidade é crucial para cenas de sexo, claro, mas também para as de briga.
O filme dá um tratamento muitas vezes cômico ao tema da depressão pós-parto, que aflige tantas mulheres. Por que dar esse tom à história? O livro original de Ariana Harwicz é muito enraizado na psicologia da minha personagem, mas a direção reconfigurou todo o projeto, assim como nós do elenco afetamos o material. Durante as filmagens, eu acreditava em tudo que se passava. Só depois, quando vi o filme, percebi que há elementos de psicodelia e de uma narradora não confiável — o que achei interessantíssimo.
A diretora Lynne Ramsay já exibia um estilo autoral em filmes como Precisamos Falar sobre o Kevin (2011). Qual sua expectativa em trabalhar com ela? Eu esperava encontrar uma gênia e foi o que aconteceu. O surpreendente é que ela fala pouco nas filmagens. É uma cineasta observadora.
Sua personagem está longe de ser uma mãe-padrão. Que tipo de debate espera incitar com o filme? Nosso projeto aborda a depressão pós-parto e espero que qualquer pessoa afligida por algum tipo de depressão ou ansiedade clínica saiba que não está sozinha, que a ajuda está disponível e que ela não deve se culpar. O filme encara a maternidade com uma perspectiva única. Ter um bebê é uma crise de identidade, para o bem e para o mal.
Para interpretá-la, foi preciso deixar de lado suas convicções como mãe? As experiências passadas não vão embora, mas é preciso se separar de uma personagem. O que eu enxergo não é o que ela enxerga. Por outro lado, estar grávida pouco após ter passado pelo meu primeiro pós-parto me fez perceber como era grave o isolamento da personagem. Para mim, ter uma comunidade de amigas que também são mães ao meu redor é indispensável à saúde mental.
Publicado em VEJA de 21 de novembro de 2025, edição nº 2971
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