O dramaturgo Aguinaldo Silva foi ao Twitter defender sua musa, a atriz Viviane Araújo, criticada por se fantasiar de índia para o desfile da Mancha Verde — a fantasia fazia referência ao bloco Cacique de Ramos, que deu origem ao Fundo de Quintal, homenageado da escola de samba neste ano.
A alegoria foi de encontro com o movimento “índio não é fantasia”, que acusa de apropriação cultural e preconceito o hábito de se fantasiar de índio. Proposto pelo ativista Katú Mirim, o movimento já tomou como alvo, neste Carnaval, a atriz Paolla Oliveira, criticada no Instagram.
“‘Índio não é fantasia’, dizem supostos representantes dos mesmos. Mas que índios? Havia centenas de tribos diferentes no Brasil pré-Pedro Álvares Cabral, e algumas tinham o hábito de literalmente comer uns aos outros”, escreveu Aguinaldo Silva no Twitter, para defender Viviane, que atuou na novela Império, do dramaturgo, e protagonizou, no ano passado, uma montagem de Lili Carabina, peça escrita por Silva.
“Aliás, se não pode ter fantasia de índio no Carnaval, então não pode ter fantasia de coisa nenhuma e nem pode ter Carnaval. Por isso, sugiro que os foliões tratem de aproveitar esses dias de festa para fazer retiro num convento”, concluiu, com a ironia que lhe é de costume.