Ícone do cinema francês, ator Jean-Louis Trintignant morre aos 91 anos
Vencedor do Oscar pelo filme 'Amor', em 2013, foi pioneiro do Nouvelle Vague, movimento do cinema francês

Ícone do cinema francês e um dos principais atores do movimento Nouvelle Vague, Jean-Louis Trintignant morreu nesta sexta-feira, 17, aos 91 anos. A morte foi confirmada pela esposa do artista, Mariane Hoepfner Trintignant, à AFP (Agence France-Presse) em um comunicado transmitido pelo agente de Trintignant. O francês atuou em mais de 130 filmes e seu último papel foi Amor, em 2013, longa de Michael Haneke que lhe rendeu um prêmio Cesar de melhor ator. Além da companheira, ele deixa também o filho Vincent Trintignant.
Jean-Louis Trintignant teve sua carreira lançada junto com a de Brigitte Bardot com o filme de 1956 E Deus Criou a Mulher. Ele também recebeu duas Palmas de Ouro de melhor ator no Festival de Cannes de cinema. A primeira em 1966 pelo filme Um Homem, Uma Mulher, de Claude Lelouch, também famoso pela trilha sonora de Francis Lai; e a segunda por Z, de Costa Gavras, em 1969.
Ao lado de Jean-Pierre Léaud e Jean-Paul Belmond, Trintignant foi um dos principais atores do movimento francês Nouvelle Vague (Nova Onda, em tradução literal), que consistia em retratar o amor livre e os retalhos da vida de personagens típicos da conturbada época da Revolução de Maio 68, movimento político da França, com filmes caracterizados pela juventude de seus autores, que eram unidos pela vontade comum de transgredir as regras normalmente aceitas do cinema comercial.
Em 1970, o ator perdera a filha Pauline aos dez meses de idade após a recém-nascida de asfixia ligada à regurgitação de leite. Em 2003, o astro perdera sua outra filha Marie Trintignant, que também era uma atriz aclamada pela crítica, morta aos 41 anos após ser agredida pelo então namorado Bertrand Cantat, líder da banda francesa Noir Désir. O músico foi condenado por homicídio culposo e libertado da prisão em 2007.