Húngaro ‘Testrol És Iélekrol’ ganha o Urso de Ouro em Berlim
‘Félicité' levou o Grande Prêmio do Júri e o finlandês Aki Kaurismäki foi melhor diretor. Brasileiro ‘Joaquim’ saiu sem prêmios
Testrol És Iélekrol (On Body and Soul em inglês), dirigido pela húngara Ildikó Enyedi, foi o vencedor do Urso de Ouro do 67º Festival de Berlim. A cerimônia de premiação aconteceu na noite deste sábado, no Berlinale Palast, na capital alemã.
O Urso de Prata de Grande Prêmio do Júri foi para Félicité, do francês Alain Gomis. O filme é uma coprodução entre França, Senegal, Bélgica, Alemanha e Líbano.
O finlandês Aki Kaurismäki ganhou o Urso de Prata de melhor diretor por Toivon Tuolla Puolen. Ele recebeu seu troféu em seu assento, fez menção de guardá-lo no bolso e disse apenas: “Obrigado”.
A sul-coreana Kim Minhee levou o Urso de Prata de melhor atriz pelo filme Bamui Haebyun-eoseo Honja, de Hong Sang-soo.
O austríaco Georg Friedrich saiu com o Urso de Prata de melhor ator, por seu trabalho em Helle Nächte, de Thomas Arslan.
O roteiro de Sebastián Lelio e Gonzalo Maza para Una Mujer Fantástica, dirigido pelo próprio Lelio, venceu o Urso de Prata da categoria. O filme é uma coprodução entre Chile, Estados Unidos, Alemanha e Espanha, rodado no Chile.
O Urso de Prata de melhor contribuição artística foi para a montagem de Dana Bunescu no filme Ana, Mon Amour, dirigido pelo romeno Călin Peter Netzer.
O prêmio Alfred Bauer, concedido a um filme que abre novas perspectivas, foi para Pokot, de Agniezska Holland.
O júri oficial foi presidido pelo cineasta holandês Paul Verhoeven e composto pela atriz alemã Julia Jentsch, pelo diretor e ator mexicano Diego Luna, pela produtora tunisiana Dora Bouchoucha Fourati, pela atriz americana Maggie Gyllenhaal, pelo artista visual dinamarquês Olafur Eliasson e pelo diretor e roteirista chinês Wang Quan’an.
Entre os curtas-metragens, o Urso de Ouro foi para o português Cidade Pequena, de Diogo Costa Amarante. O prêmio do júri foi para o curta Ensueño en la Pradera, dirigido pelo mexicano Esteban Arrangoiz Julien. Street of Death, do libanês Karaam Ghossein, levou o prêmio Audi para curta-metragem. A menção especial foi para Centauro, do argentino Nicolás Suarez. O júri da categoria foi formado por Christian Jankowski, Kimberly Drew e Carlos Núñez.
O prêmio GWFF de melhor primeiro filme foi para Estiu 1993, da espanhola Carla Simón, que participou da mostra Geração Kplus. O júri era composto por Jayro Bustamante, Clotilde Courau e Mahmoud Sabbagh.
O troféu Glashütte de Documentário Original ficou com Istiyad Ashbah, do palestino Raed Andoni. O júri era formado por Daniela Michel, Laura Poitras e Samir. Ao subir ao palco para entregar o prêmio, a diretora Laura Poitras (de Citizenfour) disse: “Ontem o presidente dos Estados Unidos declarou que a imprensa é inimiga do povo. Nós viemos dizer que a imprensa é inimiga do nacionalismo”.
Mostra Geração
O júri internacional da mostra Kplus escolheu Becoming Who I Was, da Coreia do Sul, dirigido por Chang-Yong Moon e Jin Jeon, empatado com Estiu 1993, da Espanha, dirigido por Carla Simón, como os Grandes Prêmios do Júri. O prêmio especial de melhor curta-metragem foi para o indiano Aaba, de Amar Kaushik, com menção especial para Sabaku, de Marlies Van der Wel, da Holanda.
O júri infantil da mostra Kplus concedeu o Urso de Cristal a Piata Lod’, coprodução entre República Tcheca e Eslováquia dirigida por Iveta Grófová. A menção especial foi para Amelie Rennt, de Tobias Wiemann. O Urso de Cristal de melhor curta foi para o americano Promise, de Xie Tian. E a menção especial foi para Hedgehog’s Home, coprodução entre Canadá e Croácia de Eva Cvijanovic.
Na mostra Geração 14plus, o Grande Prêmio de melhor filme do júri internacional foi para Shkola Nomer 3, coprodução entre Ucrânia e Alemanha de Yelizaveta Smith e Georg Genoux. A menção especial foi para o chinês Ben Niao, de Huang Ji e Ryuki Otsuka. O prêmio especial de melhor curta-metragem foi para The Jungle Knows You Better Than You Do, coprodução entre Bélgica e Colômbia dirigida por Juanita Onzaga. A menção especial ficou com U Plavetnilo, de Antoneta
Alamat Kusijanovic, uma coprodução entre Croácia, Eslovênia e Suécia.
O Urso de Cristal do júri jovem foi para Butterfly Kisses, de Rafael Kapelinski, do Reino Unido, com menção especial para Ceux qui Font Les Révolutions à Moitié N’Ont Fait que se Creuser un Tombeau, dos canadenses Mathieu Denis e Simon Lavoie. O Urso de Cristal de melhor curta foi para Wolfe, da australiana Claire Randall, com menção especial para SNIP, do Canadá, dirigido por Terril Calder.
O Brasil tinha um curta na mostra Geração Kplus, Em Busca da Terra sem Males, de Anna Azevedo, e o longa As Duas Irenes, de Fabio Meira. Na Geração 14plus, o país foi representado pelos longas A Mulher do Pai, de Cristiane Oliveira, e Não Devore Meu Coração!, de Felipe Bragança.
Mostra Panorama
Na mostra Panorama, os mais votados pelo público foram Insyriated, coprodução Bélgica, França e Líbano, dirigida por Philippe Van Leeuw, Karera Ga Honki de Amu Toki Wa, de Naoko Ogigami, do Japão, e 1945, do húngaro Ferenc Török.
Entre os documentários, os favoritos foram I Am Not Your Negro, de Raoul Peck, que concorre ao Oscar no domingo 26 de fevereiro, Chavela, produção dos EUA de Catherine Gund e Daresha Kyi, e Istiyad Ashbah, de Raed Andoni, uma coprodução entre França, Palestina, Suíça e Catar.
O Brasil participou da mostra com Como Nossos Pais, de Laís Bodanzky, No Intenso Agora, de João Moreira Salles, Pendular, de Julia Murat, e Vazante, de Daniela Thomas, além do curta Vênus – Filó a Fadinha Lésbica, de Sávio Leite.