Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Hildur Guonadóttir: o som do Coringa

A violoncelista islandesa poderá ganhar o Oscar pela soberba trilha do filme, tão dissonante quanto a personalidade do palhaço que se transmuta em vilão

Por Sérgio Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h58 - Publicado em 31 jan 2020, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Dois anos atrás, o cineasta americano Todd Phillips fez uma proposta ousada à compositora islandesa Hildur Guonadóttir: criar uma trilha sonora a partir da leitura do roteiro de um filme que ele nem tinha começado a rodar. Hildur não só aceitou o desafio como se identificou com o calvário de Arthur Fleck, o palhaço de vida desgraçada que se transmuta no vilão Coringa. “Ele atiçou o lado negro da minha personalidade”, justificou ela. Hildur escreveu temas densos e claustrofóbicos como Bathroom Dance — no qual o som do violoncelo é acompanhado por coral e depois orquestra, como se a loucura tomasse aos poucos a alma atormentada de Fleck.

    Coringa rendeu à compositora o Globo de Ouro de trilha sonora e, no próximo dia 9, a credencia como favorita ao Oscar da categoria. Mas esse não é o único feito da islandesa de 37 anos. Suas criações para a trilha de Chernobyl, que lhe garantiram um Emmy e um Grammy, são tão densas que dão ao ouvinte a impressão de estar dentro da usina nuclear russa. Sua versátil carreira abrange desde trilhas e obras para orquestras até aventuras pela música popular. Ou melhor, aquilo que ela entende como música popular: seu currículo no ramo inclui participações em álbuns do esquisitíssimo grupo de heavy metal Sunn O))) e no trabalho experimental de David Sylvian, ex-vocalista do grupo de new wave Japan. Hildur tem até um pé no Brasil. Um de seus primeiros trabalhos foi a trilha de Astro — Uma Fábula Urbana em um Rio de Janeiro Mágico, da cineasta paulista Paula Trabulsi.

    + Compre a trilha sonora da série Chernobyl na Amazon
    + Compre o vinil da trilha sonora de Coringa na Amazon

    Nascida num clã de músicos (o pai é clarinetista e a mãe, cantora de ópera), ela toca violoncelo desde os 5 anos e estudou na Academia de Música de Reykjavik. Logo se revelou entusiasta da dissonância e de temas pouco palatáveis para ouvidos ditos “normais”. A expectativa do Oscar anima a compositora a pedir mais mulheres na criação de trilhas sonoras — área que denuncia ser pouco aberta e preconceituosa com elas. “Três anos atrás, éramos responsáveis por só 1% dos temas dos 500 filmes de maior sucesso na bilheteria. Hoje estamos em 6%, mas ainda há muito que fazer”, diz. Sua consagração por Hollywood pode acelerar esse processo.

    arte-indicaco-trilha
    (./.)
    Continua após a publicidade

    Publicado em VEJA de 5 de fevereiro de 2020, edição nº 2672

    CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR

    Continua após a publicidade
    Hildur Guonadóttir: o som do CoringaHildur Guonadóttir: o som do Coringa
    Trilha sonora da série Chernobyl
    Hildur Guonadóttir: o som do CoringaHildur Guonadóttir: o som do Coringa
    Continua após a publicidade

    Trilha sonora de Coringa

    logo-veja-amazon-loja
    Continua após a publicidade

    *A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.