Gusttavo Lima diz que não fará mais lives e filhos de Bolsonaro o defendem
Os filhos "Zero Dois" e "Zero Três" saíram em defesa do sertanejo, que foi notificado pelo Conar por fazer propaganda de cerveja em show na internet
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Depois de se apresentar ao vivo para mais de 2,6 milhões de pessoas que, durante a quarentena do coronavírus, assistiram simultaneamente à sua live no YouTube no último sábado, 11, Gusttavo Lima avisou que não pretende mais promover este tipo de transmissão. O motivo foi uma representação aberta pelo Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) contra o artista e também contra a Ambev, que patrocinou a atração.
Na noite desta quarta-feira, 15, Gusttavo Lima usou seu perfil no Twitter para reclamar de que teria sofrido censura. “Acho que o grande segredo da live é tirar o lençol do fantasma. Acho que uma live engessada e politicamente correta não tem graça. O bom são as brincadeiras, a vontade, levar alegria, alto astral para as pessoas que estão agoniadas nesse momento. Não farei live para ser censurado”. O tuíte foi apagado, mas a mensagem chegou até aos filhos do presidente Jair Bolsonaro, que se manifestaram em defesa do artista.
Eduardo Bolsonaro, o filho Zero Três, deu um “conselho” ao artista. “Não seja influenciado pela opinião de quem só quer te destruir. Pense nas pessoas que tem ajudado (sic), no seu público gigante e não se influencie por vagabundos, o Brasil está com você, esperamos mais lives com ansiedade”.
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Carlos Bolsonaro, o Zero Dois, preferiu retuitar um comentário do ativista em segurança pública Bene Barbosa, que sugeriu a Gusttavo Lima que fizesse a próxima live com uma espingarda ao lado. No início de março, poucos dias depois do início das medidas de distanciamento social, o cantor postou nas redes sociais uma foto na piscina ao lado do filho mais novo do presidente, Jair Renan Bolsonaro. A foto também foi apagada pelo cantor posteriormente.
O motivo da representação do Conar, no entanto, não teve nada a ver com política. O conselho recebeu diversas reclamações de consumidores que consideraram que as ações publicitárias das marcas de bebidas da Ambev, que Gusttavo Lima fez durante a transmissão, poderiam estimular o consumo irresponsável de álcool. Vale lembrar que o artista, que ficou mais de 7 horas ao vivo, terminou a apresentação visivelmente alcoolizado, depois de consumir diversos tipos de bebidas.
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Embora não citados nominalmente pelo Conar, lives de outros artistas patrocinadas pela Ambev também estão na mira do órgão. As duplas Bruno & Marrone e Zé Neto & Cristiano foram algumas que fizeram propaganda de cerveja e terminaram suas apresentações trocando as pernas e enrolando a língua.
Depois de apagar o primeiro tuíte, Gusttavo Lima publicou outras mensagens na rede social sobre a live, destacando os alimentos arrecadados para causas sociais. “Juntos, ajudamos muitas pessoas. Foram toneladas de alimentos e arrecadações… Fizemos nosso papel, Deus abençoe a todos”, escreveu. “Àqueles que só criticam e não ajudam em nada, vai um conselho: não precisam ajudar, mas não atrapalhem quem está procurando ajudar nossos irmãos necessitados”, completou.
O cantor destacou ainda que as lives abrem a possibilidade do artista mostrar a sua intimidade. “Além de shows ao vivo, estamos arrecadando e fazendo doações para entidades e pessoas carentes que neste momento passam por extrema necessidade… Estamos dividindo as nossas intimidades, mostrando ao público como é nossa vida fora dos palcos, compartilhando momentos únicos!”.
Em nota oficial, a assessoria de imprensa de Gusttavo Lima disse que “o departamento jurídico já está acompanhando o caso” e que “os esclarecimentos necessários serão prestados conforme determinado na referida citação”.