Grupo de intelectuais promove Nobel de Literatura alternativo
Honraria foi cancelada em 2018 após um dos membros da Academia Sueca ser acusado de abuso sexual
Principal prêmio da literatura mundial, o Nobel não vai eleger um escritor para receber a honraria em 2018. A decisão aconteceu após um escândalo de abuso sexual tomar a Academia Sueca, responsável pela escolha do vencedor. Contudo, um grupo de intelectuais do país deu início a um protesto em forma de movimento, que promete entregar uma versão paralela do prestigioso prêmio.
No total, mais de cem participantes, entre escritores, atores, jornalistas e outras figuras do meio cultural, criaram a “Nova Academia”, que vai entregar um prêmio alternativo em outubro, mesma época em que o Nobel, em outras categorias, será anunciado. As informações são do jornal The Guardian.
“Formamos uma Nova Academia para lembrar às pessoas que a literatura e a cultura deveriam promover a democracia, a transparência, a empatia e o respeito, sem privilégios, arrogâncias ou sexismos”, diz o comunicado oficial. “A Literatura é uma arma contra o silêncio e a opressão. A Nova Academia entende que é importante que o maior prêmio literário precisa ser entregue em 2018.”
A Academia Sueca avisou em maio que o Nobel da Literatura de 2018 não seria entregue, após uma série de acusações de assédio sexual, entre elas um estupro, contra Jean-Claude Arnault, marido de Katarina Frostenson, que é escritora e membro da Academia. A promessa é que em 2019 dois vencedores sejam anunciados.
Nobel paralelo – A Nova Academia pediu que pessoas do meio literário e bibliotecas indiquem autores, que tenham escrito no mínimo dois livros, sendo pelo menos um deles na última década. Assim que sair a lista de indicados, uma votação pública será aberta. Os quatro mais votados serão filtrados por um júri de acadêmicos, que vai anunciar o vencedor.
A Nova Academia, contudo, tem prazo para chegar ao fim. Após a festa de entrega do prêmio, em 11 de dezembro, o grupo terminará o movimento.