Grife de joias recebidas pelo governo Bolsonaro tem história no Oscar
A marca francesa Chopard, que assina peças que teriam sido presenteadas à Michelle Bolsonaro, é responsável por um dos looks mais caros da premiação
A grife de luxo francesa Chopard, que assina as joias que uma comitiva do governo Bolsonaro tentou trazer de maneira irregular para o Brasil da Arábia Saudita, tem uma peculiaridade curiosa: a marca é a responsável por um dos looks mais caros já usados no tapete vermelho do Oscar, em toda a história da premiação.
As peças foram usadas em 2014, pela atriz Cate Blanchett, que ostentou um conjunto de brincos de opalas e ouro branco, e anel e bracelete de diamantes avaliado em 18 milhões de dólares — 93 milhões de reais na cotação desta terça-feira, 7. Na ocasião, Cate recebeu a estatueta de melhor atriz por seu papel em Blue Jasmine com o conjunto que, em valor, fica atrás apenas dos colares usados por Gloria Stuart em 1998 (20 milhões de dólares) e por Lady Gaga em 2019 (30 milhões de dólares)
No caso das peças investigadas pela Polícia Federal, o conjunto de colar, anel, relógio e um par brincos de diamantes foi avaliado em 16,5 milhões e teria sido um presente do governo saudita à então primeira-dama Michelle Bolsonaro. Em outubro de 2021, uma comitiva do governo voltou de uma viagem ao país com as joias na bagagem. As peças estavam na mochila de um assessor de Bento Albuquerque, que tentou passar pela alfândega na fila do “nada a declarar”, mas as peças acabaram apreendidas. Pela lei, ele deveria ter declarado as joias e ter pagado uma taxa de 50% do valor, ou seja, 8,25 milhões de reais.