Cultura

Gominho diz que Preta Gil cogitou morte assistida: “Ela se questionou muito”

Cantora morreu em decorrência de um câncer em julho deste ano, durante um tratamento experimental em Nova York

Por Kelly Miyashiro SEGUIR SEGUINDO 11 dez 2025, 14h44 • Atualizado em 11 dez 2025, 15h09

Preta Gil e o amigo Gominho (Instagram/Reprodução)

Em revelação emocionante, o amigo Gominho contou que Preta Gil cogitou suicídio assistido durante a batalha contra o câncer. Ele a incentivou a um tratamento experimental em NY, mas uma infecção agravou o quadro fatalmente. Gominho descreveu os últimos dias da cantora e uma despedida dilacerante.
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Um dos melhores amigos de Preta Gil, Gominho declarou que a cantora cogitou um suicídio assistido antes de morrer em decorrência de um câncer em 20 de julho deste ano. “Quando teve a possibilidade, do recurso, de tratamento lá fora, que nem todo mundo tem [acesso], ela ficou se questionando muito, [dizendo]: “Não sei se eu faço, não sei se eu paro tudo, não sei se faço o suicídio assistido…”, relatou o apresentador durante uma participação no programa Sem Censura, da TV Brasil. “Ela cogitou essa hipótese?”, questionou Muka, também presente na atração comandada por Cissa Guimarães. “Cogitou”, confirmou Gominho.

Em seguida, o comunicador explicou que incentivou Preta a tentar um tratamento experimental em Nova York. “Eu falei: ‘Amiga, posso falar uma coisa? Bora gastar esse dinheiro, querida. Se tem essa tentativa lá, vamo embora para Nova York, sim’. Animando-a. Vamos fazer comprinhas, faz o tratamento e compra uma bolsinha. E ela foi”, contou. O amigo relembrou o calvário da filha de Gilberto Gil pouco antes de morrer. “Ela teve uma infecção e ficou dez dias sem fazer o tratamento lá fora. Nesses dez dias, o câncer comeu ela. E aí, quando o médico, na quinta-feira, falou: ‘Olha, não adianta mais fazer o tratamento’, dali, para domingo, ela se entregou”, completou ele, sobre o dia em que a amiga partiu.

“Durante aqueles dez dias, eu só pedia para Deus levá-la. Imagina ver a Preta naquele estado? Ela comia cinco cerejas e um litro de água”, relembrou Gominho, que chorou em seguida ao contar como foi sua despedida. “Quando eu estava indo embora, ela pegou a minha mão e me olhou com um olhar… O olhar dela sabia tudo. E eu fechei a porta do quarto e chorei dez dias, e eu não conseguia ver a Drão [Sandra Gadelha, a mãe de Preta]. E eu morava com elas, né. E eu não conseguia ver a Drão, porque ela ficava me ligando para perguntar como a filha dela estava. O que eu ia falar para ela? Que ela ia perder outra filha?”, questionou ele, em referência a Pedro Gil, irmão de Preta que morreu em 1990 em um acidente de carro, aos 19 anos.

Morte de Preta Gil

Preta Gil morreu aos 50 anos em decorrência de um câncer no intestino que tratava há dois anos. Filha do músico Gilberto Gil, a artista havia sido diagnosticada com câncer colorretal em janeiro de 2023, tendo iniciado o tratamento rapidamente, com cirurgias, internações e sessões de quimioterapia. Oito meses depois do primeiro diagnóstico, Preta removeu um tumor e o útero, e anunciou o fim do tratamento em dezembro daquele ano. Em agosto de 2024, porém, o câncer voltou com dois linfonodos, uma metástase no peritônio, além de uma lesão no ureter. No dia 19 de dezembro, a cantora passou por uma operação delicada para a retirada de um tumor, procedimento que durou 21 horas. Naquela época, ela se recuperava na UTI do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde era assistida pela equipe do médico Roberto Kalil. Em maio deste ano, a artista viajou para os Estados Unidos para iniciar um tratamento novo contra a doença, mas não resistiu. Preta morreu em Nova York, após passar mal. Ela deixou o único filho, Francisco Gil, de 30 anos — fruto do casamento com Otávio Müller –, e a neta, Sol de Maria, de 9.

Preta Maria Gadelha Gil Moreira nasceu em 8 de agosto de 1974, fruto do casamento de Gilberto Gil com Sandra Gadelha, com quem o músico também teve os filhos Pedro Gil — morto aos 19 anos em 1990 em um acidente de carro — e Maria Gil. Preta era afilhada de Gal Costa e considerava Caetano Veloso e Maria Bethânia seus tios. No dia em que Gilberto foi registrar o nome da rebenta, teve que discutir no cartório porque o tabelião não queria deixá-lo batizá-la de Preta, mas o artista protestou que nunca houve objeção aos nomes Branca, Bianca, Clara e Rosa, conseguindo cumprir seu objetivo.