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Glória Perez: ‘As sereias ganham fortunas’

Em entrevista exclusiva a VEJA, autora fala do sucesso de 'A Força do Querer', da fama de fantasiosa e conta por que decidiu abordar o drama de uma “trans”

Por Marcelo Marthe Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 dez 2018, 09h24 - Publicado em 27 ago 2017, 09h00
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  • Reportagem da edição de VEJA que circula nesta semana traz uma entrevista exclusiva com a noveleira Glória Perez. Numa tarde de inverno, ela recebeu a revista em seu escritório, com vista da Praia de Copacabana. Em A Força do Querer, a autora repete um velho ritual: escreve a novela em pé na bancada da cozinha de seu flat. “Assim preservo minha coluna e vejo o mar azul”, diz. Ela vê tudo azul mesmo: com o sucesso das 9, superou a fraca Salve Jorge (2012). Aos 68 anos, Gloria é a última autora da Globo que escreve sozinha. Na conversa, ela fumou quatro cigarros e preferiu não falar do assassinato da filha, Daniella Perez, em 1992. Ao comentar sua origem acriana e as lendas amazônicas da novela, fez o repórter segurar um amuleto: o olho de boto.

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    Por que abordar a questão dos transgêneros? É um tema do momento que as pessoas têm dificuldade de entender. Quando você faz novela, reflete sobre o assunto com o público. O curioso é que eu já queria falar dos trans nos anos 80. Li um livro sobre uma professora chamada Joana que contava como eram as operações, como ela passou a ter barba e virou João, o João Nery. Fiquei tão mexida que fiz o projeto de uma minissérie. Lembro que o Boni (antigo chefão da Globo) me chamou à sala dele e disse: “Gloria, você tem cada coisa”. Nunca mais se falou nisso.

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    Boni estava certo? Estava. Na época, ninguém iria entender.

    Diante de situações fantasiosas, as pessoas falam: parece novela da Gloria Perez. Isso a incomoda? Eu entendo perfeitamente. Minhas novelas anteciparam tendências tão à frente do tempo que as pessoas custavam a crer. Quando fiz Barriga de Aluguel (1990), fui tachada de fantasiosa. Em América (2005), quis mostrar os brasileiros que tentam entrar nos Estados Unidos pelo deserto. E fui falar com essa gente. Tenho um olhar de historiadora e jornalista. Mas as pessoas ainda assim achavam fantasioso.

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    Como acreditar nas cenas da personagem de Deborah Secco em América? As pessoas riam, mas aquelas coisas eram reais. Por exemplo: ela ser pega tentando entrar nos Estados Unidos no porta-luvas de um carro. Eu me inspirei numa foto que a embaixada americana me deu. Agora, não me pergunte como botaram a moça ali dentro e fizeram o carro andar.

    Há muitas mulheres como Bibi Perigosa? Claro. Tanto é que existem essas organizações, Mulheres que Amam Demais. Há homens assim também. O tango é música sobre homens que amam demais.

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    Como surgiu a sereia da novela? É uma profissão que me encanta. As sereias ganham fortunas nos Estados Unidos. Veja, o mundo está mudando, novas profissões e novas maneiras de se expressar estão surgindo.

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    A senhora já nadou com botos, como a Ritinha? Nadei muito em rio, mas não com botos. Só conheci filhos de boto.

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    https://www.youtube.com/watch?v=o-FzBliPSnw

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