Galã símbolo do cinema francês, Alain Delon morre aos 88 anos
Ator enfrentava um quadro de grave degeneração cognitiva
Um dos maiores símbolos do cinema francês, o ator Alain Delon morreu aos 88 anos neste domingo, 18. Desde que sofreu um derrame em 2019, Delon enfrentava um quadro de grave degeneração cognitiva, e raramente deixava sua casa em Douchy, na região de Val de Loire, França.
Em cinco décadas de carreira, o astro deu vida a personagens icônicos do cinema europeu. Dono de talento especial e beleza estonteante, arrancou suspiros e aplausos em filmes que se tornaram clássicos graças a sua atuação, como O Sol por Testemunha e Rocco e Seus Irmãos, ambos de 1960. Afastado das telas desde 2008, Delon vivia uma melancólica aposentadoria.
Há dois anos, externou o desejo de pôr fim à própria vida com um suicídio assistido na Suíça, país do qual também tem cidadania e que permite a prática (Jean-Luc Godard morreu desse modo, em 2022). Oss três filhos do ator, enquanto isso, travavam uma ferrenha batalha fratricida por dinheiro e envolta em mentiras. Reportagem recente de VEJA detalhou o caso.
Em 2022, ao anunciar o desejo de acelerar o desfecho, Delon disse, como quem decreta o fim da fita: “Minha vida foi bela, mas também difícil”. Uma dica de início do filme-dramalhão que contaria as desventuras da trupe, de Anouchka e seus irmãos, inspirada nas primeiras linhas do clássico Anna Kariênina, de Liev Tolstói: “Todas as famílias felizes se parecem umas com as outras, cada família infeliz é infeliz à sua maneira”.