Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

‘Ford vs Ferrari’: com gasolina nas veias

Filme vai bem nas curvas ao narrar a saga dos dois rebeldes que, nos anos 60, se uniram para bater a supremacia italiana em prova célebre do automobilismo

Por Alexandre Salvador Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 15h09 - Publicado em 15 nov 2019, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A atual dificuldade de atrair a atenção (e o bolso) dos jovens consumidores não é fato inédito para a indústria automotiva. Lá pelos idos de 1960, os milhares de carros que saíam das linhas de montagem da Ford em Detroit, então Cidade do Motor, eram louvados por ser estáveis e silenciosos, “como salas de estar sobre rodas”. Mas seu domínio estava ameaçado. Nos ouvidos da primeira geração de adolescentes do pós-guerra, tais adjetivos cediam lugar a outros menos auspiciosos: para eles, a montadora era chata, sem graça e careta.

    O que fazer para falar a mesma língua da nova geração? A resposta encontrada pela companhia foi apelar a seus instintos mais primitivos. Guiada pelo visionário Lee Iacocca, a empresa criada por Henry Ford passou a colocar no mercado modelos esportivos de curvas arrojadas e motores potentes — o Mustang, por exemplo, surgiu em 1964. Mas a aposta mais eficaz do executivo foi despejar quantidades obscenas de dólares em um projeto ousado: a missão de vencer a todo-poderosa Ferrari nas 24 Horas de Le Mans, até hoje considerada uma das provas mais desgastantes do automobilismo mundial.

    arte-ford-ferrari
    (Bernard Cahier/Getty Images)

    Ford vs Ferrari (Estados Unidos, 2019), já em cartaz no país, recria o episódio sob a ótica de dois personagens centrais: o brilhante desenvolvedor de carros texano Carroll Shelby (Matt Damon) e o irascível piloto inglês Ken Miles (Christian Bale). A tarefa da dupla era bater os bólidos vermelhos num de seus palcos preferidos — em 1966, ano da disputa, a equipe italiana ainda era comandada por Enzo Ferrari e vinha de seis vitórias consecutivas no circuito francês de Le Mans. Embora fundamental para o sucesso da empreitada da Ford, a entrada de Shelby e Miles no processo de aperfeiçoamento do GT40 (confira a ficha técnica) criou fricções. A companhia americana por vezes intrometeu-se em decisões que, na visão dos protagonistas, deveriam ficar a cargo de quem estava na pista. A queda de braço entre os dois “garagistas” e os homens de gravata — a liberdade com que o diretor James Mangold retrata os executivos da Ford é explicada pela ausência de participação da montadora na produção — dura até a última curva da prova (e do filme). Cabe ao malandro mas maleável Shelby segurar o pavio curto Miles nos embates com a burocracia corporativa. Damon e Bale, aliás, atuam pela primeira vez juntos — e revelam-se uma dupla bem balanceada em cena.

    Antes que alguém pense que o embate fica restrito ao campo das decisões corporativas, um alívio: na abertura, já se ouve um motor estrilando a quase 7 000 rotações por minuto, pornografia auditiva que é música para os fãs da velocidade. As cenas de corrida são igualmente excitantes, e fazem jus a outros expoentes da ficção automobilística — de Grand Prix, de 1966, ao sucesso Dias de Trovão, de 1990, até chegar a Rush — No Limite da Emoção, de 2013. Um alerta: na saída do cinema, os mais entusiasmados devem controlar o pé para não pisar fundo demais no acelerador.

    Continua após a publicidade

    Publicado em VEJA de 20 de novembro de 2019, edição nº 2661

    CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR
    Continua após a publicidade
    ‘Ford vs Ferrari’: com gasolina nas veias‘Ford vs Ferrari’: com gasolina nas veias
    Livro em inglês – Ford versus Ferrari: The battle for supremacy at Le Mans 1966
    Continua após a publicidade
    ‘Ford vs Ferrari’: com gasolina nas veias‘Ford vs Ferrari’: com gasolina nas veias
    Livro em inglês – Ford GT: How Ford Silenced the Critics, Humbled Ferrari and Conquered Le Mans
    logo-veja-amazon-loja
    Continua após a publicidade

    *A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.