Filme do brasileiro Karim Aïnouz vence prêmio no Festival de Cannes
'A Vida Invisível de Eurídice Gusmão' foi exibido na mostra paralela Um Certo Olhar
O filme brasileiro A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, do cearense Karim Aïnouz, venceu nesta sexta-feira, 24, o prêmio principal da mostra Um Certo Olhar, paralela do Festival de Cannes. O longa concorria com outras dezessete produções.
Baseado em livro de Martha Batalha, a produção se passa no Rio de Janeiro dos anos 1950 e tem como personagens principais as irmãs Guida (Julia Stockler) e Eurídice (Carol Duarte). A primeira, autoconfiante, desinibida, sonha com aventuras amorosas. A insegura Eurídice deseja estudar piano num conservatório em Viena. Mas elas vivem numa sociedade machista e patriarcal que vai colocar muitos empecilhos em sua caminhada em busca de seus sonhos e desejos.
Guida apaixona-se por um marinheiro grego e parte com ele para Atenas, crente de que volta casada. Mas, meses depois, está de volta, grávida. Seu pai, o padeiro português Manuel (Antônio Fonseca), a expulsa de casa, sem causar protestos veementes da mãe, a submissa Ana (Flavia Gusmão). Para piorar, Manuel mente que Eurídice está em Viena – na verdade, ela está casada com Antenor (Gregório Duvivier). Assim, as duas irmãs ficam separadas, uma achando que a outra está na Europa.
Outras categorias
Na categoria de prêmio do júri, o escolhido foi o filme galês O Que Arde, de Oliver Laxe. O prêmio de melhor performance ficou com Chiara Mastroianni (filha da atriz Catherine Deneuve e do ator italiano Marcello Mastroianni) por Chambre 212, de Christophe Honoré.
Já o escolhido como melhor diretor foi o russo Kantemir Balagov, por Dylda. O prêmio especial do júri ficou com Liberté, de Albert Serra. O prêmio Coup de Coeur ficou com A Brother’s Love, de Monia Chokri, e The Climb, de Michael Angelo Covino. E a menção especial foi a Jeanne, de Bruno Dumont.
Presidido pela diretora libanesa Nadine Labaki, o júri da mostra Um Certo Olhar era composto pela atriz francesa Marina Foïs, pela produtora alemã Nurhan Sekerci-Porst, pelo diretor argentino Lisandro Alonso e pelo diretor belga Lukas Dhont.