O filme Gabriel e a Montanha, do brasileiro Fellipe Barbosa, conquistou nesta quinta-feira dois dos prêmios da Semana da Crítica do 70º Festival de Cannes. O longa brasileiro foi reconhecido com o Prêmio Revelação France 4, por sua “criatividade”, e com o da Fundação Gan, de ajuda à difusão — ou distribuição da obra.
“É uma honra enorme”, disse Barbosa, que dedicou os prêmios especialmente à sua equipe, que lhe seguiu “nessa viagem louca” na qual retrata a fatídica parte final do ano sabático de seu amigo de infância, Gabriel Buchmann. O filme mostra a passagem de Gabriel por Quênia, Tanzânia, Zâmbia e Malauí, país onde desapareceu em agosto de 2009 após ter decidido subir sozinho o monte Mulanje, e inclui algumas das pessoas que cruzaram com ele na vida real.
Para o diretor, o fato de chegar a Cannes já era um reconhecimento. “Eu já estava tão feliz de estar aqui, acreditava que não podia melhorar.” Embora não tenha vencido os principais prêmios, já que não entrou para a mostra competitiva do festival, Barbosa comentou que ter levado outros dois “pode ser inclusive melhor”. “É uma validação extra, e o prêmio da distribuição acredito que vai nos ajudar muito.” Esta premiação paralela de Cannes, criada em 1962 pelo Sindicato Francês da Crítica de Cinema, ficou consagrada como celeiro de jovens talentos, dos quais projeta seus primeiros ou segundos filmes. Gabriel e a Montanha é seu segundo filme, depois de Casa Grande (2014), ganhador do prêmio do público no Festival do Rio em 2014.
“O próximo passo, agora mesmo, são férias, porque estou trabalhando há muito tempo neste filme, grande parte do tempo sem receber nada de dinheiro, só por amor. Agora quero descansar durante uma semana”, comentou.
Entre os sete longas-metragens que participaram desta edição, com um júri presidido pelo brasileiro Kleber Mendonça Filho, estavam também La Familia, coprodução de Venezuela, Chile e Noruega dirigida pelo venezuelano Gustavo Rondón, e Los Perros, coprodução franco-chilena de Marcela Said.
(Com agência EFE)