A família de Wladyslaw Szpilman, protagonista do filme O Pianista, de Roman Polanski, ganhou um processo por difamação contra um livro que a acusava de colaborar com os nazistas, informou nesta segunda-feira o filho do músico, Andrzej Szpilman. De acordo com a decisão do Tribunal de Apelações de Varsóvia de sexta-feira, a escritora polonesa Agata Tuszynska e a editora que havia publicado A Cantora do Gueto de Varsóvia: Wiera Gran, a Acusada (título livremente traduzido), têm que pedir desculpas em quinze dias à família Szpilman e suprimir os trechos questionados das futuras edições do livro.
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Em sua obra, Tuszynska havia citado declarações da cantora polonesa judaica Wiera Gran, segundo as quais Szpilman teria sido membro da polícia polonesa no gueto de Varsóvia. As declarações não foram confirmadas.
Wiera Gran foi uma cantora muito conhecida dentro do gueto que, como Szpilman, sobreviveu ao Holocausto. Foi acusada depois de estabelecer relações com os nazistas. O Comitê de Judeus Poloneses acabou absolvendo-a, mas seus opositores prosseguiram com os ataques contra ela. A perseguição a levou a emigrar a Israel e depois à França. Morreu em Paris em 2007, vítima de Alzheimer.
“Este julgamento permitirá melhorar os modelos éticos na Polônia e questionará a noção mal interpretada da liberdade de expressão”, comemorou Andrzej Szpilman, lembrando de um julgamento parecido que a família ganhou em 2013, na Alemanha.
O pianista Wladyslaw Szpilman, falecido em Varsóvia em 2000, foi uma figura de destaque na Polônia. O filme O Pianista, baseado em sua autobiografia, o lançou à fama em todo o mundo. O filme, protagonizado pelo ator Adrian Brody, conquistou três estatuetas no Oscar 2003.
(Com agência France-Presse)