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Exibição online abordará linguagem misteriosa da cultura inca

Com a ajuda do Google Arts & Culture, museu peruano mostrará peças de diversas partes do mundo que podem ajudar a desvendar segredos dos quipos

Por Sabrina Brito 19 jul 2021, 13h10
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  • Neste dia 19, o Museu de Arte de Lima, no Peru, em parceria com o Google Arts & Culture, inaugura a exibição virtual The Khipu Keepers, dedicada inteiramente a uma forma de comunicação antiga comum entre a civilização inca séculos atrás. Nesse período, parte da troca de informações entre pessoas era feita por meio de quipos, cordas com nós que continham mensagens codificadas.

    Os quipos (palavra que, na língua quéchua, significa nó) eram feitos de fibra de algodão ou pelo de animais e poderiam ter diversas cores. A quantidade e posição dos nós, além da composição e cor das cordas, tinham significados próprios, e ajudavam a formar as mensagens pretendidas.

    Grande parte dos quipos era utilizada para expressar números e quantidades. Mas, de acordo com especialistas, cerca de 15% dessas cordas eram usadas como modo de transmitir narrativas a outras populações. Contudo, desvendar os segredos expressos nos quipos é bastante complicado. 

    Quem conseguir fazê-lo pode resolver um dos maiores mistérios deixados para trás pela civilização inca, povo pré-colombiano que tomou conta de grandes regiões da América Latina entre os séculos XV e XVI. Mas os quipos em si são bem mais antigos: seu uso foi registrado desde os anos 600 d.C. até o século XIX.

    “O fato de que os quipos nunca foram totalmente decifrados chama muito a atenção do público”, conta Pilar Ríos, do Museu de Arte de Lima. “Esse modo de comunicação, único da América, permite que entendamos mais sobre o império inca e sua evolução ao longo da história.”

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    O objetivo da exibição é tornar essa importante parte da cultura latinoamericana acessível para povos de todo o mundo, além de digitalizar a história e preservá-la para os tempos futuros. Trata-se da primeira tentativa de organizar uma mostra digital que reúna os cerca de 1,4 mil quipos espalhados por museus e coleções particulares pelo mundo.

    “Temos que lembrar que os quipos são uma forma de tecnologia antiga, complexa e extremamente importante para a herança cultural da região”, afirma a VEJA Chance Coughenour, diretor de preservação do Google Arts & Culture e arqueólogo especialista em sociedades pré-colombianas. “Pesquisá-los é um modo de ligar civilizações de todo o mundo por meio do passado que, de certa forma, todos nós compartilhamos.”

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