Em nova edição, Festival de Veneza se confirma como vitrine para o Oscar
Evento do cinema europeu, que começa nesta quarta-feira, 1º, volta a se mostrar um concorrido espaço para as grandes apostas de Hollywood
Único grande evento europeu do cinema que realizou uma versão presencial em 2020, o Festival de Veneza volta a agitar a cidade italiana a partir desta quarta-feira, 1º. E de uma forma bem menos contida do que no tenso momento da pandemia da Covid-19 da corajosa edição do ano passado. Mais pop que os concorrentes Cannes e Berlim, a festa no Lido acontecerá até o dia 11, e terá no lineup estreias aguardadas do público, como o Duna de Denis Villeneuve e Spencer, longa sobre a vida da princesa Diana protagonizado pela popular Kristen Stewart.
Um dos festivais mais importantes a preceder o Oscar, Veneza tem se mostrado uma porta de entrada valiosa para a premiação mais cobiçada da indústria – nos últimos anos, ao menos três vencedores da estatueta de melhor filme estrearam no festival, incluindo o mais recente, Nomadland, agraciado com o Leão de Ouro em 2020 pelo Festival, antes de consagrar no Oscar. Além dele, a lista inclui também A Forma da Água e Spotlight: Segredos Revelados, que foram oscarizados, respectivamente, em 2016 e 2018.
O desempenho se retroalimenta: enquanto a curadoria minuciosa faz de Veneza uma aposta segura para as premiações, que buscam joias do cinema internacional para a avaliação do seu corpo de jurados, o destaque dos filmes lançados no festival em prêmios como o Oscar e Globo de Ouro desperta o interesse de Hollywood, que enxerga no evento uma oportunidade de emplacar seus blockbusters nessas premiações. Assim, produções como La La Land, Coringa e Nasce Uma Estrela – longe de serem frutos do cinema independente – também estrearam no tapete vermelho de Veneza e, além de serem sucesso de público, também pleitearam títulos importantes na indústria cinematográfica.
Nessa edição, além dos aguardados blockbusters, o festival ainda exibirá filmes de 59 países nos mais diversos gêneros, entre eles dois brasileiros: o longa 7 Prisioneiros, dirigido por Alexandre Moratto, produzido pela Netflix e estrelado por Rodrigo Santoro e Christian Malheiros, e o curta-metragem Ato, da atriz e cineasta Bárbara Paz. Entre os favoritos ao Leão de Ouro, honraria mais importante da premiação, estão nomes cultuados como o espanhol Pedro Almodóvar, com Madres paralelas, o italiano Paolo Sorrentino, no páreo com É Stata la Mano di Dio, e a neozelandesa Jane Campion, com The Power of the Dog. O italiano Roberto Benigni será o homenageado do ano com um Leão de Ouro honorário, e o americano Ridley Scott receberá a honraria Cartier Glory to to the Filmmaker, concedida a personalidades que contribuíram para o cinema contemporâneo.