Às voltas com críticas galopantes, os organizadores do prêmio Globo de Ouro anunciaram uma série de medidas nesta segunda-feira, 3, para aumentar o número de integrantes negros em sua organização, além de regras mais explícitas sobre recebimento de pagamentos e presentes aos seus integrantes – com o objetivo de evitar propinas e jabás.
O prêmio Globo de Ouro, entregue anualmente, é organizado pela HFPA, sigla em inglês para Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood, formado atualmente por 86 jornalistas de todo o mundo que vivem em Los Angeles. A HFPA enfrenta uma crise de relações públicas sem precedentes pela falta de transparência na escolha dos premiados, falta de representatividade e suspeitas de que seus integrantes aceitem propinas para votar em certos filmes.
Para contornar essas suspeitas, o conselho da HFPA pretende admitir vinte novos membros até o final do ano, com foco específico em negros. A meta é ter, pelo menos, 50% de seus integrantes vindos de grupos sub-representados. A iniciativa só ocorreu após uma reportagem publicada pelo jornal Los Angeles Times revelar que nenhum de seus 86 integrantes era negro, e também apontando uma “cultura da corrupção” do grupo, com pagamento de estadias em hotéis, jantares e viagens a fim de obter indicações.
Além disso, no comunicado divulgado à imprensa, o conselho da HFPA afirmou que eliminará a exigência de residência de seus integrantes no sul da Califórnia para permitir que qualquer jornalista que trabalhe para uma publicação estrangeira possa participar da premiação. Mas foi a falta de diversidade que levantou mesmo o debate em torno das mudanças do Globo de Ouro. Enquanto o Oscar e outras premiações do cinema tomaram medidas inclusivas ao longo dos anos, o Globo de Ouro se recusava até agora a fazer alterações.