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Eliana: “Somos uma sociedade patriarcal e machista”

Prestes a estrear um game show de empreendedorismo na Netflix, apresentadora fala sobre os desafios femininos para conquistar espaço entre engravatados

Por Amanda Capuano 5 fev 2022, 08h00
NEGÓCIOS FEMININOS - Eliana: “Tive de puxar a peixeira para ser respeitada” -
NEGÓCIOS FEMININOS – Eliana: “Tive de puxar a peixeira para ser respeitada” – (Vans Bumbeers/Netflix)

Ideias à Venda é um programa voltado ao empreendedorismo. Qual sua relação com o tema? Aprendi ao longo dos anos a gerir meu próprio negócio, assim como muitas mulheres. Quando começaram a me procurar para licenciamentos, entendi a importância de cuidar da minha marca. Então, fiquei muito feliz de fazer o programa e contribuir com a minha experiência como apresentadora e empresária.

Sua estreia no streaming ocorre após longa carreira na TV aberta. Como vê a mudança? Nasci na TV, e sou apaixonada por ela, mas gosto de inovar. O streaming dá ao espectador liberdade para ver o que quiser na hora que quiser. Acredito que essas mídias vão convergir, e eu sou prova disso.

A pandemia tem sido complicada para pequenos empresários. O programa pode ajudar nisso? De certa forma, sim. É uma maneira de mostrar a resiliência do brasileiro ao mundo. Mesmo com todas as dificuldades, somos um povo persistente e criativo. Empreender é uma tarefa árdua, mas não pode ser vista como um bicho de sete cabeças. Falar sobre isso de uma maneira acessível pode inspirar as pessoas. E o prêmio de 200 000 reais é um valor transformador para muita gente.

Quando falamos em empreendedorismo, a imagem que vem à cabeça é a de um homem engravatado. Há empecilhos para as mulheres? Claro. Ainda vivemos em uma sociedade patriarcal e machista. Nós, mulheres, somos sempre questionadas pela nossa posição e salário. Avançamos em alguns direitos, mas não tenho dúvida de que ainda há muito a ser conquistado.

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Como o quê, por exemplo? Uma divisão doméstica justa, igualdade salarial e até uma maior visibilidade do prazer feminino. Enfim, a liberdade de ser quem somos. Não precisamos vestir um terninho para mostrar que somos profissionais, mas infelizmente ainda temos de nos posicionar muito mais que os homens para sermos vistas.

Viveu isso na sua carreira? Com certeza. Tenho ascendência nordestina e polonesa, e brinco que tive de puxar a peixeira muitas vezes ao longo desses trinta anos para ser respeitada. É uma batalha, mas me conforta saber que as próximas gerações terão uma rede de apoio muito maior do que aquela que eu, minha mãe ou minha avó tivemos.

E como são as mulheres da sua família? Muito empoderadas. Minha avó ficou viúva bem cedo e cuidou dos sete filhos sozinha, tendo o seu próprio negócio. Minha mãe administrava toda a renda da casa, trabalhava fora e cuidava da gente com muito carinho. A Manuela, minha filha, vai ter de lutar pelos direitos dela, mas com uma união feminina muito mais forte do que nós tivemos no passado.

Publicado em VEJA de 9 de fevereiro de 2022, edição nº 2775

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