Ed Sheeran é um ponto fora da curva do cenário pop atual. Ao passo que certos artistas apostam seus shows em produções megalomaníacas, o britânico sustentou a atenção – e animação – do público por quase duas horas neste domingo no Allianz Parque, em São Paulo, apenas com um curioso instrumento chamado pedal, que cria diferentes camadas de um mesmo som, amplificando-o.
O repertório repetiu o das apresentações de Curitiba e Rio de Janeiro. Cada música foi acompanhada por violões marcados com o símbolo matemático correspondente ao nome álbum em que ela foi lançada (Plus, Multiply e Divide, o último lançado neste ano).
Ainda que faixas do Divide tenham aberto e fechado o show, Castle On The Hill e Shape Of You, Sheeran soube mescla-las com as antigas e queridinhas do público. Os presentes se empolgaram tanto com The A Team, Photograph, Thinking Out Loud e I See Fire, quanto com as recentes Nancy Mulligan e Happier, fosse cantando junto ou “fingindo que sabiam a letra” — um pedido do próprio britânico no início do show (“cantem quando vocês souberem a letra, e se não souberem, finjam que sabem”).
Sheeran parece ter plena noção da importância de seus fãs para sua carreira. E mais importante: ele gosta disso. Foram diversas as vezes em que ele pediu para que o povo fizesse coro com ele, nem que fosse em um simples “oh-oh”. Cada monossílabo parecia motivar o cantor a manter o pique, que convenhamos, não deve ser fácil de sustentar por quase duas horas.