Gary Oldman, 59 anos, é o ator favorito de 7 entre 10 atores mais jovens que ele. E, no entanto, ele não só nunca ganhou o Oscar, como só concorreu uma vez, por O Espião que Sabia Demais (2011), de Tomas Alfredson. Pois essa história tem grande chance de mudar no ano que vem. O inglês já é o franco favorito a levar a estatueta por sua interpretação do primeiro-ministro britânico Winston Churchill em O Destino de uma Nação, de Joe Wright.
O filme foca nos seus primeiros dias como primeiro-ministro, em 1940, quando a Segunda Guerra Mundial está pendendo para uma vitória de Adolf Hitler. A situação fica crítica quando as tropas inglesas e francesas – mais de 300.000 homens – ficam encurraladas em Dunquerque, e a Bélgica se rende. Há pressão para que o Reino Unido tente um acordo com a Alemanha, por intermédio da Itália, uma proposta defendida pelo Visconde Halifax (Stephen Dillane, de Game of Thrones). Mas Churchill acha que não se faz acordo com ditadores. E tem uma ideia meio maluca para retirar o máximo de soldados da praia.
Curioso que o diretor Joe Wright já tinha mostrado o suspense de Dunquerque pelo outro ponto de vista, numa sequência espetacular em Desejo e Reparação (2007). Agora, retrata os bastidores da decisão que acabou salvando centenas de milhares de homens. O cineasta, que tinha enveredado por um caminho mais barroco em Anna Karenina e Peter Pan, volta mais sóbrio, retratando as maquinações políticas e dando espaço para Oldman brilhar fazendo os famosos discursos de Churchill. É o único favorito evidente ao Oscar deste Festival de Toronto – e deve permanecer assim, pelo menos até ser revelada a última atuação de Daniel Day-Lewis antes da aposentadoria, no novo filme de Paul Thomas Anderson.