
Caricaturas contra o fundamentalismo

O ilustrador dinamarquês Kurt Westergaard enfureceu o fundamentalismo islâmico, em 2005, ao publicar no diário conservador Jyllands-Posten o desenho de Maomé que mostrava o profeta com um turbante em forma de bomba. No início, as caricaturas passaram despercebidas, mas quinze dias depois houve uma manifestação em Copenhague seguida de protestos de vários embaixadores de países muçulmanos na Dinamarca. A violência ligada às caricaturas culminou, em 2015, com um atentado que matou doze pessoas no prédio do semanário satírico Charlie Hebdo, em Paris, que tinha usado as ilustrações três anos antes. Westergaard morreu em 14 de julho, aos 86 anos, de causas não reveladas, em Copenhague.
Um bom amigo de Charlie Brown

“Há coisas mais importantes do que desenhos animados”, dizia o ilustrador americano Charles M. Schulz aos fãs que pediam a presença de sua turma de personagens — Charlie Brown, Snoopy, Lucy e Linus — na televisão e no cinema. Durante mais de uma década ele não cedeu às dezenas de propostas, até que, em dezembro de 1965, a CBS dos Estados Unidos levou ao ar O Natal de Charlie Brown. Aqueles trinta minutos foram vistos em mais de 15,5 milhões de lares, o equivalente à metade de todos os televisores americanos ligados no país. Na história, um tanto melancólica, Charlie organiza uma festa natalina no bairro em que vive a turma toda. Foi comovente, em boa parte, por causa da magnífica trilha sonora composta e executada pela banda de jazz Vince Guaraldi Trio, na clássica formação piano, baixo acústico e bateria. O ritmo cadenciado imposto pelas baquetas do canadense Jerry Granelli encantaria gerações. Até hoje, o álbum é um dos mais vendidos do gênero. Granelli, um bom amigo de Charlie Brown, morreu aos 80 anos, em 20 de julho, em Halifax, de causas não reveladas pela família.
Já é 2032 na Austrália
Em 21 de julho, dois dias antes da abertura oficial dos Jogos de Tóquio, o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que Brisbane, na Austrália, sediará a Olimpíada de 2032. Será, portanto, a terceira cidade australiana a receber o evento, depois de Melbourne, em 1956, e Sydney, em 2000. Brisbane não tinha concorrentes, em um processo de escolha diferente das edições anteriores. O COI abriu diálogo com as pretendentes e a capital do estado de Queensland foi a única a apresentar um pacote realmente viável do ponto de vista financeiro e urbano. Em tempo: a Olimpíada de 2024 será em Paris e a de 2028, em Los Angeles.
Publicado em VEJA de 28 de julho de 2021, edição nº 2748