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Cópia de estátua da Pequena Sereia causa discórdia na Dinamarca

Herdeiros de estátua de Copenhague querem a demolição de outra estátua, em uma cidade do interior do país, alegando ser uma cópia não autorizada

Por Amanda Capuano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 18 ago 2021, 17h05 - Publicado em 18 ago 2021, 16h55

Quem visita a Dinamarca raramente volta para casa sem uma foto de uma estátua da Pequena Sereia, feita em bronze, que repousa tranquila e serena sobre uma pedra no porto de Langelinie, em Copenhague, desde 1913. O que os turistas estrangeiros não sabem é que o país tem uma segunda escultura da sereia, exposta desde 2016 no Porto de Asaa, uma cidadezinha de 1.200 habitantes ao norte do país. Quem quiser conferi-la terá de se apressar. Segundo o jornal The New York Times, os herdeiros de Edvard Eriksen, escultor da pequena sereia original, estão pedindo na Justiça a demolição da estátua de Asaa, alegando que o trabalho é uma cópia não autorizada.

A estátua em Asaa foi esculpida pelo dinamarquês Palle Moerk e comprada por um grupo de cidadãos, como um presente aos 140 anos do local. A sereia de Moerk não é uma reprodução fiel da irmã famosa. Enquanto a da capital é feita de bronze e tem traços finos, a mais nova foi esculpida em granito, tem feições mais grosseiras e o corpo mais rechonchudo. Mas, para os herdeiros de Eriksen, as duas obras tem semelhanças suficientes, especialmente em relação ao seu posicionamento, que se apoia sobre a mão direita e a cauda ao lado esquerdo do corpo.

“Quando recebi o e-mail pela primeira vez, achei que fosse uma piada”, relatou à publicação Mikael Klitgaard, prefeito de Broenderslev, o município que inclui Asaa. “De que outra forma ela deveria se sentar? Ela é uma sereia. Você não pode colocá-la em uma cadeira”. O escultor também não ficou feliz com a acusação. “Como artista, você absorve todos os tipos de coisas – e é claro, eu já tinha visto fotos da sereia Langelinie, mas esta veio da minha própria inspiração”, justificou.

Sereia
Estátua de Sereia que corre o risco de ser demolida, em Asaa (daniawobiektywie/Instagram)

Ele alega que comprou um grande pedaço de granito e guardou no quintal sem saber o que fazer com ele. Certa noite, a ideia surgiu e ele desenhou a sereia em um pedaço de papel que tinha ao lado da cama. Agora, a possibilidade de que sua obra seja demolida o preocupa. “Nunca pensei que fosse possível destruir obras de arte na Dinamarca. Isso é algo que o Talibã faz.”

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Um dos pontos turísticos mais visitados de Copenhague, a Pequena Sereia de Eriksen foi encomendada pelo magnata cervejeiro Carl Jacobsen como um presente à capital do país. Na época, o empresário instruiu Eriksen sobre como e onde posicionar sua sereia. Ele até especificou que ele modelaria seu rosto a partir das feições de uma dançarina por quem se apaixonou depois assisti-la em um balé da história de Hans Christian Andersen.

Pequena Sereia
Pequena Sereia de Edvard Eriksen, em Copenhague (Nick Potts/PA Images/Getty Images)

Essa não é a primeira vez que os herdeiros de Eriksen processam alguém pelos direitos autorais da Pequena Sereia. Ainda em 1937, o próprio Eriksen processou com sucesso uma empresa de artesanato por produzir bordados inspirados no corpo da sereia, que foi modelado a partir das medidas de sua esposa. Mais recentemente, seus herdeiros processaram o jornal local Berlingske por publicar duas imagens da estátua modificada: uma com o rosto de um zumbi e a outra trajada com uma máscara de proteção contra o coronavírus. Eles também processaram Bjoern Noergaard, um artista que incorporou a imagem da estátua como uma colagem em um de seus trabalhos – nesse caso, ele ganhou a disputa alegando que artistas sempre fizeram referência a outros artistas, inclusive o próprio Ericksen.

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Além da demolição, os herdeiros também pedem uma compensação financeira de 37 mil coroas dinamarquesas, o equivalente a cerca de 6.000 dólares. Embora o valor seja pequeno, o presidente do porto, Thomas Nymann, disse ao jornal que a cidade terá dificuldade em arcar com o eventual prejuízo, mas esperam ao menos conseguir salvar a obra da demolição. “Muitas pessoas na cidade doaram dinheiro para isso, todas as lojas. Todos ficarão muito chateados em perdê-la”. Os advogados de ambos os lados estão em negociação e se não houver acordo a decisão será judicial.

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