Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Conversa: A nova empreitada de Mauricio de Sousa, desta vez sem a Mônica

Aos 85 anos, cartunista prepara publicação com temática ambiental

Por Nathalie Hanna Atualizado em 23 set 2021, 15h30 - Publicado em 22 set 2021, 08h01
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Aos 85 anos, Mauricio de Sousa, um dos maiores cartunistas do país, decidiu inovar e, desta vez, sem a Turma da Mônica. O autor conta a VEJA sua nova empreitada, o livro Sou Um Rio. Na obra, que chega às livrarias no final de outubro pelo selo Nova Fronteira, Mauricio reflete uma de suas maiores preocupações da atualidade, a crise ambiental, assim como a necessidade urgente de mudanças no comportamento da sociedade.

    Publicidade

    Do que se trata seu próximo livro? Sou Um Rio conta a história de um curso d’água que atravessa diversas cidades e se vê ameaçado por produtos químicos, lixo e outros venenos. O meu intuito é divulgar uma mensagem sobre a necessidade de protegermos a natureza. E é isso que quero fazer. Com arte, delicadeza e carinho.

    Publicidade

    Como se sente escrevendo sem os principais personagens que o senhor criou? É muito diferente do que eu costumo fazer. As pessoas atrelam o meu nome à Turma da Mônica. Então, quando elas virem um conteúdo novo, com a minha assinatura e sem a turminha, sei que vai gerar uma curiosidade e estranheza. Muita gente vai achar que algum personagem famoso vai aparecer, mas dessa vez não. Será uma boa experiência. Estou entrando em um campo diferente.

    Quem será o público do livro? Eu não sei escrever complicado. Também não sou um gênio literário. Primeiro, eu fui repórter, e nesta profissão, eu aprendi a concisão. Então escrevo para todo mundo entender. O texto do meu livro é para adultos, mas será entendido tranquilamente pelas crianças. E prefiro continuar assim. Desta forma, escrevo para crianças, adultos, jovens, idosos e, o mais importante, para mim. 

    Publicidade

    Por que decidiu lançá-lo agora? O livro vai sair em outubro, mês do meu aniversário. A pandemia fez a gente desacelerar, e pude então colocar essa ideia antiga em prática. Quero me manter informado quanto aos problemas que o meio ambiente enfrenta e escrever mais sobre o assunto. Sem obrigatoriamente usar a turminha dos quadrinhos. A Turma da Mônica e do Chico Bento já tem levantado em muitos momentos o tema de proteção ao meio ambiente. Um assunto que dá a volta ao mundo. Porque o universo inteiro está precisando de mensagens otimistas e necessárias. 

    Continua após a publicidade

    O senhor ganhará um filme baseado na sua biografia. Como será isso? Vamos dizer, sem me esnobar, que a minha história é interessante. Eu lutei contra tudo e contra todos para ter o que eu tenho hoje. Eu sempre acreditei que eu ia fazer tudo que eu faço. Lógico que, de vez em quando, a gente recebe um tapa de orgulho, depois um pouco de receio: será que vão fazer um filme que retrata bem o que eu fui, o que eu sou? Mas conhecer as pessoas da produção do filme me tranquilizou. Acho que vai sair um filme com a minha cara. O filme é quase um Horácio. Ele é o meu alter ego. 

    Publicidade

    O senhor se enxerga dentro do seu personagem? Dizem as más e as boas línguas que o Horácio sou eu. No começo, eu ficava incomodado. Depois comecei a ler as histórias mais antigas dele e lembrar de coisas que eu já passei. Percebi que através do Horácio eu estava mostrando o que eu era, o que eu fazia, o que eu achava. É meio esquisito ser um dinossauro. Mas, pela a minha idade, até que faz sentido. 

    Além do reconhecimento que a Turma da Mônica tem, qual é o segredo para que as histórias continuem fazendo sucesso? Há uma mistura de elementos que usei e uso na criação de roteiros. O mais importante é criar personagens com comportamento mais humano possível. O formato revistinha com ilustrações é mágico para as crianças desde muito cedo. Principalmente se a mãe, o pai ou alguém da família estiverem dispostos a ler as histórias em quadrinhos. Depois desta atividade carinhosa, a criança vai querer ler sozinha.

    Publicidade

    Em um mundo tão digital, o que o senhor fará se a busca pelos gibis acabar? Se isso de fato acontecer, vamos entrar no virtual. Vivemos em uma nova era, então temos que ter uma saída para mostrar o nosso trabalho. O que queremos é apresentar histórias para a turminha e os adultos. Milhões de brasileiros aprenderam a ler com as nossas histórias, e queremos continuar assim. 

    Continua após a publicidade

    A Turma da Mônica se tornou famosa também no exterior, especialmente no Japão. Por quê? A nossa entrada aconteceu pelas escolas. Nós distribuímos gibis gratuitamente para a criançada, principalmente para os filhos de imigrantes brasileiros.

    Publicidade

    Também foi preciso adaptar as histórias para o formato japonês? Não foi necessário. Quando criamos nossas histórias investimos em temas e comportamentos universais. Poucas histórias precisam de alguma adaptação. Além disso, todo país tem alguém como a Mônica, Magali, Cebolinha e o Cascão. Sempre haverá uma identificação.

    VEJA RECOMENDA | Conheça a lista dos livros mais vendidos da revista e nossas indicações especiais para você.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 9,90/mês*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.